Conhecido como “O homem que espalhou luz pela face da Terra” e “O Mágico da Eletricidade”, o inventor, físico e engenheiro elétrico sérvio Nikola Tesla é considerado um dos mais produtivos e enigmáticos gênios da humanidade. Uma de suas maiores contribuições foi no desenvolvimento do sistema de fornecimento de energia elétrica de corrente alternada.
Seu trabalho teve papel determinante na implantação e distribuição de eletricidade doméstica. Além disso, ele foi fundamental na criação do rádio e desenvolveu um sistema de transmissão de energia sem fios em 1901. Com esse projeto, seu objetivo era oferecer energia elétrica livre e gratuita.
Referência em eletromagnetismo, Tesla criou reatores para veículos com controle remoto, máquinas para tentar se comunicar com extraterrestres e chegou a apontar equívocos no trabalho de Albert Einstein sobre a teoria do campo unificado. Mas, para além da ciência, Nikola Tesla era um homem preocupado não apenas com o futuro da humanidade, mas também dos animais.
Em seu artigo “The Problem of Increasing Human Energy With Special References To The Harnessing of the Sun’s Energy”, publicado na revista Century Illustrated em junho de 1900, ele disse que a criação de animais para consumo como meio de fornecer alimento para os seres humanos é censurável.
“É certamente preferível criar legumes, e penso, portanto, que o vegetarianismo é uma desistência louvável do hábito bárbaro estabelecido. Podemos substituir alimentos [de origem animal] por alimentos vegetais e realizar nosso trabalho de forma vantajosa. Não é uma teoria, mas um fato bem demonstrado. Muitos povos que vivem quase que exclusivamente de vegetais possuem físico e força superiores”, escreveu.
Tesla afirmava não ter dúvida alguma de que alimentos vegetais como a aveia, além de ser mais econômico do que a carne, é superior no que diz respeito ao desempenho mecânico e mental do ser humano.
“Esses alimentos sobrecarregam bem menos os nossos órgãos digestivos e nos tornam mais contentes e sociáveis, produz um bem difícil de estimar. Em vista desses fatos, todos os esforços devem ser feitos para impedir o cruel massacre dos animais, que é destrutivo para a nossa moral”, argumentou.
O inventor defendia que o consumo de carne é um grande mal porque impede que o ser humano se volte para o verdadeiro futuro. Segundo Nikola Tesla, é preciso realizar uma reforma alimentar radical, começando logo após o nascimento. De acordo com informações do livro “100 Cats Who Changed Civilization: History’s Most Influential Felines”, de Sam Stall, Tesla ficou fascinado pelo desconhecido após uma experiência que ele teve na infância, quando vivia em uma fazenda isolada na atual Croácia.
À época, o seu melhor amigo era um gato chamado Macek, que ele dizia ser o melhor gato do mundo. Durante um dia de inverno, particularmente frio e seco, uma enorme carga de eletricidade foi acumulada na atmosfera. As pessoas que caminhavam na neve deixavam pegadas cintilantes, e as bolas de neve arremessadas, quando se chocavam contra algo, explodiam como fogos de artifício.
Embora Tesla tivesse ficado surpreso com tudo que viu, o melhor estava por vir. “No crepúsculo, enquanto acariciava as costas de Macek, vi um milagre que me deixou sem palavras e maravilhado. Nas costas de Macek havia uma folha de luz e ao tocá-la minha mão produziu um jorro de faíscas [que fazia um barulho] tão alto que podia ser ouvido por toda a casa”, relatou Tesla.
Conforme o gato percorria os cômodos escuros da casa, o garoto ficou admirado ao vê-lo brilhando suavemente. Até aquele momento, ele jamais tinha demonstrado qualquer interesse ou aptidão para a ciência. Em sua própria autobiografia, intitulada “My Inventions: The Autobiography of Nikola Tesla”, publicada originalmente em 1919, o inventor deixa claro que se não fosse pelo gato Macek, ele talvez não tivesse descoberto sua vocação.
Amante dos animais, Nikola Tesla mantinha contato diário com pombos. Enquanto a maioria das pessoas que gostavam de pombos se contentavam em alimentá-los, o inventor, além de oferecer-lhes alimento, recolhia as aves doentes que encontrava por onde passava e as abrigava no hotel onde estava hospedado. Um dia, ficou encantado por uma pomba branca com manchas cinzas nas asas.
Em uma noite de 1922 a ave voou até o seu quarto no Hotel St. Regis, em Nova York. Ele percebeu que ela parecia desesperada, tentando se comunicar. Em sua autobiografia, Tesla narrou que viu luzes mais intensas nos olhos da pomba do que nas lâmpadas mais poderosas que ele criou em seu laboratório.
A ave faleceu sem que ele tivesse tempo de tomar qualquer decisão. Quando viu que nada mais poderia ser feito, Nikola Tesla declarou que algo em sua vida tinha chegado ao fim e que todo o trabalho ao qual ele tinha se dedicado também.
Saiba Mais
Nikola Tesla nasceu em Smiljan, atual Croácia, em 10 de julho de 1856 e faleceu em Nova York em 7 de janeiro de 1943, aos 86 anos. No momento de sua morte, ele estava em seu quarto em um hotel.
Embora não fosse tão sociável, o inventor tinha grande amizade com o escritor Mark Twain, que também atuava em defesa dos animais, principalmente no campo da vivissecção, que ele condenava totalmente e lutava para bani-la.
Tesla era um homem muito à frente do seu tempo, tanto que até hoje persiste o mistério em torno das suas pesquisas, já que logo após sua morte o FBI recolheu boa parte do seu trabalho e o selou em um arquivo registrado como secreto.
Referências
Stall, Sam. 100 Cats Who Changed Civilization: History’s Most Influential Felines. Páginas 17-19. Quirk Books (2007).
Tesla, Nikola. My Inventions: The Autobiography of Nikola Tesla. Martino Fine Books (2011).
Tesla, Nikola. The problem of increasing human energy. Century Illustrated Magazine (junho de 1900).
Tesla Universe. Nikola Tesla Timeline. Tesla’s Favorite Pigeon Dies – 1922.
Freeman, David. Nikola Tesla Fell In Love With A Pigeon And Six More Freaky Facts About The Iconic Inventor. Huff Post. Science (3 de dezembro de 2013).
Gratidão por estar conosco! Você acabou de ler uma matéria em defesa dos animais. São matérias como esta que formam consciência e novas atitudes. O jornalismo profissional e comprometido da ANDA é livre, autônomo, independente, gratuito e acessível a todos. Mas precisamos da contribuição, independentemente do valor, dos nossos leitores para dar continuidade a este imenso trabalho pelos animais e pelo planeta. DOE AGORA.