Este ano São Paulo terá a 1ª Parada Veg. O evento, que conta com a participação de ONGs de defesa animal e da Sociedade Vegetariana Brasileira, ocorrerá no dia 5 de dezembro, a partir das10h, com concentração na Av. Paulista, em frente ao MASP.
Idealizado pela ONG ConsciênciaVeg, a Parada Veg expande a Passeata Vegetariana realizada em 2009, incorporando novas ONGs ao evento e entrando definitivamente no calendário do ativismo vegetariano no Brasil.
O propósito da Parada Veg, segundo Christian Saboia, presidente do ConsciênciaVeg, “é apoiar o desenvolvimento da cultura de inclusão do vegetariano. Do ponto de vista prático, a Parada Veg se comunica com a sociedade demonstrando que os vegetarianos são um grupo com representatividade social, política e econômica”.
E completa, “são duas as demandas básicas do grupo para si: a inclusão prática dos vegetarianos com menos voz na sociedade, como por exemplo, as crianças em idade escolar. Isto se reflete também na oferta de produtos e serviços, inclusive oferecidos pelo setor público, e o direito de livre expressão de sua perspectiva ética, sem a habitual conotação de “diferentes ou sentimentais. Neste sentido, o pouco espaço na mídia convencional e na agenda pública refletem o quanto ainda há para se conquistar”.
Segundo a ONG organizadora, os vegetarianos representam aproximadamente 4% da população nas grandes capitais do Brasil. E a imensa maioria doss produtos e serviços destinados a este público não são exclusivos para este nicho. No mercado mundial, estes números são próximos, com exceção da Índia, onde o percentual de vegetarianos é estimado entre 20% e 42% da população, conforme dados da FAO. “Isto representa para o Brasil, com toda sua diversidade cultural e de recursos naturais, uma imensa oportunidade de negócios, atualmente muito pouco explorada” argumenta Saboia.
O setor público e a classe política começam também a prestar atenção aos Direitos Animais, principal bandeira dos vegetarianos éticos e motivo mais comum para a adoção da dieta, assim como à questão ambiental.
Segundo Christian Saboia, a não consideração da perspectiva ética dos vegetarianos e de suas consequentes demandas acaba por representar uma forma de discriminação prática, significando restrição de acesso (como por exemplo a alimentos, produtos de vestuários e serviços públicos) em diversas circunstâncias do dia a dia, o que por si só representa uma violência íntima.
O evento
A organização do evento recomenda que as pessoas usem branco, como símbolo da paz. Se possível, usem também faixas de pano verde amarradas ao braço.
Após a caminhada até o fim da Av. Paulista, com nova concentração em frente ao Shopping Center 3, o evento será concluído com um período de silêncio em respeito aos animais vitimizados para servir de produtos de consumo para os humanos.
O convite é aberto para todas as pessoas e grupos. Sejam vegetarianos ou não.
O DIDA
Imediatamente após a ParadaVeg será iniciada a celebração do DIDA, Dia Internacional dos Direitos Animais. Organizada pela ONG Holocausto Animal, este dia é observado desde 2006, no Brasil.
O tema do DIDA deste ano, definido por Fábio Paiva, coordenador da ONG, é “Se você parar de comer carne, eles param de matar!”, e faz referência direta ao vegetarianismo ético como solução, tanto para a questão dos Direitos Animais quanto para a questão ambiental.
Criado pela ONG Inglesa Uncaged, o DIDA é observado em diversos países. A proposta de integração da Parada Veg com o DIDA foi bem vista pela ONG inglesa, como expresso por seu diretor de campanhas, Dan Lyons: “Penso que a ideia de unir a Parada Veg ao DIDA, com um período de silêncio, é muito boa e é preferível a uma abordagem mais agressiva, pois entendo que é mais persuasiva para os que ainda não são conscientes da causa animal. Afinal de contas, são essas pessoas que precisamos atingir”, argumentou Lyons.
Mais informações no site do ConsciênciaVeg.