Por enquanto, nada de suspeito. Esta é a primeira conclusão dos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que investigam denúncias de crime contra animais no projeto GAP, que mantém um santuário de primatas em Sorocaba (SP).

A investigação das atividades do GAP surgiu a partir de denúncias da UBCI (União Brasileira de Circos Itinerantes), em 2009. A UBCI reúne circos que tiveram os animais confiscados por maus-tratos e remetidos ao GAP, em Sorocaba. O inquérito policial teve início da 9ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo e foi remetido ao MP local.

Nesta quinta (28), durante coletiva, os promotores Wellington Veloso e Maria Aparecida Rodrigues Castanho, ao lado do delegado Wilson Negrão, titular da Delegacia Antissequestro, apresentaram a documentação apreendida na sede do GAP. Fichas de animais, CDs, cadernos de anotações, fitas VHS foram entregues para análise. “Tudo foi apresentado de maneira espontânea”, destaca a promotora.

O coordenador do projeto, o biomédico cubano Pedro Ynterian, esteve presente durante a apreensão e colaborou com a investigação.

Além de promotores e policiais, a apreensão no GAP, explica Wilson Negrão, especialistas como veterinários e biólogos também acompanharam a diligência para analisar as condições de alimentação, higiene e trato dos animais. As instalações e a estrutura da entidade também foram objetivo de análise. “Nenhuma irregularidade foi encontrada”, reforça Velloso. Outra denúncia contra o projeto, de tráfico de animais, também segue sem confirmação.

Além do material apreendido, o Gaeco solicitou à entidade o fornecimento de informações como fonte de custeio e comprovação de sanidade e vacinação dos animais. “Pelo que foi apresentado, lá só entram animais. Nenhum sai”, comenta o promotor.

Todo o material apreendido será periciado. Não há prazo para a conclusão.

Santuário pioneiro

O Great Ape Project (Projeto dos Grandes Primatas), ou GAP, é um movimento internacional criado em 1994 recinto do GAP em Sorocaba é o pioneiro e o maior dos quatro santuários mantidos pelo projeto, inaugurado em 2000. Atualmente ele abriga mais de 40 chimpanzés. A maioria dos animais que mora no GAP tem origem em atividades de exploração e maus tratos, geralmente em circos e zoológicos sem condições técnicas para recebê-los.

Outros hóspedes

Atualmente o GAP tem representações em vários países, entre eles o Brasil. Além de Sorocaba há unidades em Curitiba, Ibiúna e Vargem Grande Paulista. Além de chimpanzés, o projeto GAP também abriga outros animais, vítimas de maus-tratos em circos: nove leões, dois tigres e um casal de ursos.

Fonte: Rede Bom Dia