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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Navegação verde, carbono azul: mares precisam de políticas e verba contra crise climática, diz relatório da ‘pré-COP28’

O documento publicado pela ONU serve como reforço na defesa do oceano, para que o tema seja incluído nas conversas da Cúpula do Clima em Dubai

21 de setembro de 2023
Marco Britto
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Altamente impactado pelas alterações no clima do planeta, os oceanos precisam de investimento, tecnologia e esforço político para a criação de leis de proteção, afirma relatório, publicado pela ONU na última sexta-feira (15), que reúne diretrizes firmadas após reuniões na cidade alemã de Bonn, ocorridas em junho. O documento serve como reforço na defesa dos mares, para que o tema seja incluído nas conversas da COP28, em dezembro, nos Emirados Árabes.

Especialistas marinhos e representantes de países-membros das Nações Unidas se uniram para destacar a necessidade de mais ações centradas nos oceanos entre as medidas a serem tomadas para mitigar efeitos da mudança climática e do aquecimento dos mares, o que vem alimentando fenômenos extremos como chuvas massivas e furacões, entre outros prejuízos ambientais e sociais.

Entre os pontos levantados, o grupo da “pré-COP” especializado nos oceanos coloca o imenso bioma como local para ações específicas no que diz respeito à mudança climática, não apenas visando à restauração, mas também a seu aproveitamento como parte da solução deste problema global.

Entre os potenciais dos mares estaria o carbono azul, que poderia entrar no circuito do mercado mundial de compensação de carbono. No ambiente marinho, plantações de algas como o kelp e outros ecossistemas administráveis pelo homem podem funcionar como florestas submersas, ajudando na absorção de gases estufa.

O sistema de financiamento de pesquisas e também da estruturação do mercado mundial de carbono é outro ponto que merece atenção, destaca o relatório, que sugere ainda integrar a maricultura nos debates sobre o futuro da produção agrícola mundial e a segurança alimentar.

Os pesquisadores e estados-membros da ONU que participaram das discussões defendem ainda que todos os integrantes das Nações Unidas estabeleçam políticas para os oceanos dentro de seus planos de reação à mudança climática. Atualmente, cerca de 40% dos 193 países ligados à organização possuem alguma legislação ou política específica para os oceanos, afirma o documento.

Uma vez que os mares ganhem mais espaço dentro das discussões ambientais na ONU, os pesquisadores especialistas indicam que abordagens considerando políticas de gênero, bem como de direitos humanos relacionados à justiça e adaptação climática, devem ser “os próximos da lista” nas políticas ligadas aos oceanos.

Do ponto de vista econômico, fortalecer o desenvolvimento da navegação “verde” (sem uso de combustíveis fósseis) e a produção de energia a partir de turbinas eólicas offshore e também usando a força das marés são colocados como prioridade.

Fonte: Um Só Planeta

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