O naturalista britânico David Attenborough lançou na Internet uma campanha global de financiamento colectivo (crowdfounding) para recolher 110.000 libras (129.000 euros), destinadas a salvar o gorila-das-montanhas do Ruanda.
Attenborough, de 87 anos, explicou que a sua luta para salvar o gorila-das-montanhas (Gorilla beringei beringei), em perigo de extinção pela ameaça dos caçadores, começou quando viajou pela primeira vez para o Ruanda, em 1978, para filmar a série Life on Earth (Vida na Terra, emitida em 1979) da cadeia britânica BBC.
Um dos momentos inesquecíveis de David Attenborough nas suas deambulações pelo mundo natural passou-se precisamente com os gorilas-das-montanhas. Sentado descontraidamente no chão ao pé de uma família de gorilas, numa floresta de bambus, o naturalista sussurrava para a câmara como eles e nós somos tão semelhantes.
Naquele país, David Attenborough conheceu a zoóloga norte-americana Dian Fossey (assassinada no Ruanda em 1985), que o convenceu da necessidade de fazer algo para evitar que os caçador continuassem a matar gorilas. “Antes de nos virmos embora, Dian estava de cama, doente, e quando fui agradecer-lhe ela disse: ‘Por favor, por favor, ajuda-me, que só restam 200 gorilas em liberdade.’ Assim, prometi-lhe que faria algo”, relatou Attenborough.
O famoso naturalista, que foi director de programação da BBC entre 1960 e 1970 e foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias de Ciências Sociais em 2009, utiliza agora a Internet para cumprir a promessa que fez a Dian Fossey “numa remota selva de África há mais de 30 anos”.
Os gorilas são uma das principais atracções turísticas do Ruanda e um dos pilares principais da economia ruandesa, segundo o Ministério do Turismo do país, e calcula-se que actualmente restem cerca de 800 indivíduos.
Attenborough utilizou o portal Indiegogo para lançar a campanha de financiamento, que consiste em criar uma rede para angariar dinheiro de cidadãos anónimos que financiem esforços ou iniciativas particulares ou de organizações.
*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: Público