Foram várias idas a clínicas veterinárias e uma série de diagnósticos errados. Por mais de dois anos, o poodle Tederico Severino sofreu com os sintomas do hipotireoidismo e correu risco de morrer por ter sido tratado com medicações ineficazes para seu problema. Amenizar os sintomas e não tratar a causa: essa é uma das razões pela qual muitos tutores perdem seus animais sem saber o real motivo da morte.
A empresária Lívia Barros, dona do poodle de 7 anos, conta que Tederico começou a apresentar sintomas parecidos com simples dermatites. “Ele tinha erupções na pele, coceira e queda de pelo. Cheguei a levá-lo a três veterinários que diagnosticaram fungo. Receitavam shampoos, medicamentos e pediam para deixá-lo no sol. Passavam dois meses todos os sintomas voltavam e começávamos tudo novamente”, disse Lívia Barros.
Segundo a empresária, ela chegou a gastar mais de R$ 3 mil no tratamento de Tederico e o cão não melhorava. “Cada veterinário tinha uma desculpa, uma hora o remédio demorava a fazer efeito, outra hora o problema dele era emocional e, quanto mais o tempo passava, piores eram os sintomas”, afirmou
No fim de janeiro deste ano veio a suspeita de que o problema de Tederico não se tratava apenas de doenças de pele e sim de hipotireoidismo, doença que afeta também os seres humanos e que pode matar em decorrência de outras patologias que surgem.
É possível conviver com a doença
Segundo a médica veterinária Sirlei Manzan, o hipotireoidismo é a diminuição do hormônio tireoidiano produzido pela glândula tireóide. “Em 95% dos casos a doença é causada pela destruição dessa glândula. Por ser, geralmente, um processo degenerativo, os sinais clínicos começam a se manifestar na meia-idade do animal.”
A veterinária explica que além de problemas de pele, um cão com hipotiroidismo costuma ganhar peso, ter intolerância ao frio, queda e ressecamento de pelo, fraqueza, intolerância a exercícios, letargia e no caso das fêmeas a doenças pode provocar infertilidade e abortos. “A doença é detectada primeiramente pelos sinais clínicos e confirmada por meio de exames de dosagem hormonal (T3, T4 e TSH)”, afirmou Sirlei Manzan.
A doença não tem cura, mas o tratamento quando feito corretamente é eficaz e garante a qualidade de vida do animal. “Por meio de medicamento, é feita a reposição hormonal e o tratamento da doença é contínuo. O cão deve fazer exames de sangue de quatro em quatro meses, em média, e terá que tomar o medicamento para sempre.”
Tederico
O poodle Tederico Severino, que teve a doença comprovada nesta semana, já iniciou a reposição hormonal e segundo sua dona, a empresária Lívia Borges, os medicamentos já fazem efeito. “Ele está com a pele boa, o pelo parou de cair, está mais disposto e o melhor é saber que os sintomas não voltarão daqui a dois meses. Meu sentimento é de revolta pelo Tederico ter passado nas mãos de tantos veterinários e só depois de mais de dois anos ter a doença diagnosticada”, disse a empresária.
Fonte: Correio de Uberlândia