Francamente não reconheço necessidade de ser agressivo ou ofensivo com qualquer pessoa que tenha uma opinião ou posicionamento diferente do meu. Mesmo quando me provocam ou me desrespeitam, não vejo sentido em retribuir da mesma forma. Não sou um cara iluminado por causa disso.
Encaro apenas como uma questão simplista de ponderação. O que eu ganharia devolvendo o que me oferecem de negativo? Nada. Nem eu nem o outro. Não existe vitória nesse tipo de situação, mesmo quando alguém comemora.
Às vezes, vejo pessoas se exaltando por pouco, mesmo quando tentam transmitir uma mensagem positiva. Quem sabe, nem se deem conta de que a mensagem pode ser aparentemente boa, mas se o veículo estiver comprometido, talvez ela não chegue de forma satisfatória ao seu destino – ou nem chegue.
Sou da opinião de que se temos uma boa oportunidade, é importante nos abrirmos para uma discussão, não nos fecharmos. Não acredito que exista tal coisa como “o outro não estar à altura” para uma conversa. De alguma forma, todo mundo tem algo a dizer se o respeito prevalecer.
Admito que encaro com estranheza esse costume de tentar reduzir a importância “do outro” simplesmente porque não concordamos em uma discussão. O mundo não é uniforme, homogêneo, unímodo. Afinal, reflete a própria diversidade de seus habitantes. Acho triste o fato de que, muitas vezes, nesse exercício de não ouvir “o outro”, é como se estivéssemos diante de um espelho – em que queremos enxergar apenas nós mesmos.
Isso me traz lembranças da minha infância, quando brincávamos em uma gangorra no quintal de casa – e o nome dela era Discussão, porque um tinha o direito de falar enquanto estava no alto – e o outro de silenciar. E era justamente o silencioso que elevava o interlocutor da vez, para entender que discutir não significa diminuir.