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Por que eu não gosto da perseguição pelos pseudolibertários

19 de junho de 2014
2 min. de leitura
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110614 desob ZOLTAN VANCOSO
Foto: Zoltan Vacoso

Quem não entendeu nem leu o que você escreveu, mas quer estar um nível acima, fanáticos do Português correto ou que lhe corrigem pelos minimalismos, eternos discutidores de coisas rasteiras pois em nada se aprofundam. Os pseudolibertários.

Por exemplo, têm fetiche pela Coca Cola. Bebem as cervejas, as águas, chás e outros produtos da marca, que tem distribuidoras e assina novos contratos o tempo todo – recentemente descobri mais um protudo que a gigante comprou. Esquecem das outras multinacionais (cigarros, por exemplo) e não lêem rótulos. Quando eu bebo um refrigerante, uma vez na vida, a ‘polícia pseudolibertária’ vem me tachar. Não bebo álcool. Levo uma vida frugal porque quero, e há muito tempo. Mas nas minhas andanças frugais não encontro ninguém desses pseudoslibertários. Só os verdadeiros.

A opressão que outros grupos sofrem não é nada para o pseudo libertário, pois o que interessa é só a luta que ele defende. Os usuários de drogas esquecem do tráfico que está por trás do seu baseadinho, oprimindo e dizimando vidas nas favelas. A luta política por uma liberalização parece coisa de outro mundo, o que importa é somente usar, imitando o modelo consumista que tanto critica.

Parei de beber Coca Cola só por um único motivo – uma pesquisadora que estudou sobre o leite por mais de dez anos, descobriu que há na composição da bebida elementos de origem animal.

Não pertenço a nada. Como eles ainda estão presos, julgam que eu sou desta ou daquela vertente, ‘abolicionista tal’, ‘feminista acolá’, ‘anti-sabe-se-lá-o-quê’. Percebo incoerência em qualquer movimento, até mesmo por onde eu circulo. Isso é normal e humano. O que estas pessoas nunca entenderão é que me identifico com muitos movimentos, quando são bons e justos, ajudo pessoas diferentes e que pensam até mesmo opostamente a mim.

Essa reflexão é para os pseudos e rasteiros, não falo aqui do verdadeiro libertário – este, eu amo.

Aquele que procura a raiz das coisas. Que vai até a origem dos movimentos musicais, da loucura, diversidade de gênero, ou da expressão linguística, que é livre e polêmica. Pois busca a liberdade de expressão, a justiça para o humano, para os animais. Ezio Flavio Bazzo, sempre citado por ser livre, captou uma frase brilhante de Vargas Vila que eu adoro. “Não me venham gritar e fazer gestos de liberdade sacudindo no ar vossas correntes!”.

Fonte da frase:
‘Assim Falou Vargas Vila’
Ezio Flavio Bazzo – Companhia das Tetas Publicadora, 2005.

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