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Na adoção, animais idosos e deficientes são rejeitados

23 de março de 2012
2 min. de leitura
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Por Camilla Haddad

Tudo o que eles querem é uma chance de ganhar um novo lar para receber os mimos de seus tutores. Mas para alguns cães e gatos idosos ou com deficiências, como cegueira e mutilação, esse desejo ainda é difícil ser realizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Esses animais estão no hall dos excluídos. Na última festa organizada, dia 17, dos 80 adotados, só dois comoveram o público: a cadela Filó, que tinha a pata torta, e um gato sem um dos olhos.

Mesmo os que não têm problemas físicos também sofrem certa discriminação. Nessa lista aparecem os pit bulls, que deixam de ser escolhidos pela fama de agressivos e o gatos pretos, pela crendice de que felinos dessa cor não trazem sorte. No dia das bruxas, em outubro, por exemplo, quando aparecem interessados, o Centro não permite adoção. A medida é para evitar que seja feita alguma maldade contra eles.

Ao todo, o CCZ tem hoje nos canis mais de 300 bichos – a maioria sem raça definida. Eles ficam no local por tempo indeterminado. Desde abril de 2008, uma lei estadual proíbe a eutanásia em animais saudáveis. Só podem ser sacrificados em caso de doenças graves e incuráveis.

Para levar um animal de estimação para casa, é necessário apresentar um comprovante de residência, pagar uma taxa e ser maior de 18 anos.

A gerente do CCZ, Ana Claudia Furlan Mori, explica que a festa de sábado passado teve uma boa participação dos paulistanos em relação ao evento anterior, quando tiveram pouco mais de 50 adoções.

Segundo Ana Cláudia, aqueles que têm pelagem curta, rabinho fino e deficiência não são os preferidos. Ela conta que, no segundo semestre, o CCZ vai promover uma festa de adoção para os animais rejeitados. Ainda não existe data para o evento. “O que a gente tenta mostrar é que eles podem conviver tranquilamente com as pessoas. Uma mutilação não é um impedimento”, alerta.

A idade avançada não foi um obstáculo para que Frederico, ou Fred, fosse escolhido pela família Santos. Há cerca de sete meses, o cão, que já tinha sido adotado e devolvido três vezes ao CCZ, vive cercado de carinho. Para Solange Milimar do Santos, de 38 anos, Fred foi uma boa escolha pois, por ter dez anos de idade, já passou da fase de destruir móveis e bagunçar a casa. “Eu recomendo pegar um cachorro mais velho. Fred é companheiro e obediente. Para a filha dela, Dayane Santuci, de 17, o caso foi de amor à primeira vista. “Ele tinha um olhar triste, parecia sem esperanças de sair”, diz.

“Muita gente me falava para não adotar um cachorro com dez anos porque ele iria morrer com 14, mas não me importei. Foi a melhor coisa que fiz”, comemora a jovem, que até criou uma página no Facebook para o cão.

Fonte: Jornal da Tarde

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