O programa de castração de animais domésticos promovido pela Secretaria Municipal de Saúde do município de Arujá, SP, chegou ao Parque Rodrigo Barreto no último final de semana. A iniciativa, que já passou pelo Jardim Via Dutra, Jardim Pinheiro e Mirante, atendeu no Barreto 58 animais (19 cadelas, 11 cães, 15 gatas e 13 gatos). Todos passaram pela cirurgia, muito simples, rápida, pouco invasiva e que permite que o animal se recupere em poucas horas.
O objetivo do programa de castração é fazer o controle da população de cães e gatos da cidade, diminuindo os riscos de doença, acidentes e abandono. Para realizar o mutirão, a Secretaria de Saúde fez uma parceria com a empresa Veterinários na Estrada, que há mais de um ano desenvolve esse trabalho em municípios de todo o País. Além de realizar as castrações, a equipe também ensina a técnica utilizada aos veterinários da Secretaria.
A participação no mutirão é pré-agendada. Antes do dia previsto, equipes da Vigilância Sanitária e Zoonoses da Secretaria de Saúde fazem o pré-cadastramento dos animais e o agendamento da cirurgia. Os tutores são orientados a deixá-los em jejum no dia anterior à cirurgia. E se no dia ele apresente diarreia ou febre, não pode ser castrado.
Benefícios
Em qualquer município, o controle da população de animais errantes (aqueles que vivem nas ruas) é essencial para a comunidade. De acordo com uma das proprietárias da Veterinários na Estrada, Amélia Margarida, soltos, eles disseminam vermes, sarna e zoonoses importantes como raiva e outras.
Além disso, há os riscos de acidentes. “Uma fêmea no cio atrai dezenas de machos que ficam andando pelas ruas por entre os carros. A possibilidade de um motorista bater o veículo por causa disso sempre existe”. Outro fator apontado pela veterinária é o abandono dos animais nas ruas pelos tutores, muitas vezes provocado pelo comportamento dos animais.
Amélia lembra que o cachorro macho não castrado marca seu território urinando pela casa, no quintal, no carro da família. Os gatos brigam demais com outros machos pela disputa da fêmea, além de fazerem o tão conhecido barulho à noite: “São comportamentos que a família muitas vezes não tolera e acaba se livrando do bicho. A castração diminui esse problema”.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Mirian Miletti, acrescenta que os problemas causados pela falta de controle de natalidade da população de cães e gatos oneram os cofres públicos.
Aprovação
A tutora do cão Nick, Zilma Rodrigues Nogueira, contou que mantém seu animal sempre dentro de casa, mas que, às vezes, ele consegue escapar: “Eu fico com receio que ele seja atropelado”. Por conta disso, a moradora do Barreto não pensou duas vezes em submeter o animal à castração: “É uma iniciativa muito importante porque evita o aumento do número de cães abandonados nas ruas”.
Ana Maria da Silva é outra que aderiu ao mutirão. Sua cadela Lilica, de um ano, já teve uma cria com sete filhotes, que deram muita preocupação à família. “A gente se preocupa em procurar pessoas que vão cuidar bem dos bichinhos, o que não é fácil”. Para evitar mais dor de cabeça, ela optou pela castração.
Tutora de oito gatos e três cadelas, Fabíola Santos Albertão conhece bem a importância do mutirão. Uma de suas cachorras recentemente teve câncer e precisou passar por cirurgia. “Gastamos mais de R$ 800,00 com a retirada do útero e do ovário, o que não teria acontecido caso ela já tivesse sido castrada”.
Alguns dos animais dela também já passaram por cirurgia com a técnica adotada pelo programa da Secretaria e outras por uma técnica mais comum e mais agressiva. “A diferença para o animal é muito grande, pois na técnica menos invasiva em algumas horas o bichinho já está normal e na outra a recuperação demora muito mais”.
Fonte: Jornal da Cidade de Arujá