(da Redação)

Todos os anos milhares de baleias da espécie Franca-Austral deixam a região Antártica no início do inverno e assumem diversas rotas migratórias rumo ao norte. Uma dessas rotas leva até a costa atlântica sul-americana e faz desta região a sua segunda morada. No período que vai de meados de junho à dezembro, elas buscam águas mais quentes e tranquilas. Por aqui, as baleias procuram por parceiros para acasalar, as fêmeas que chegam grávidas dão a luz e alimentam seus filhotes num espetáculo inesquecível. Comportamentos aéreos, feitos acima da linha d’água, de exposição da cauda, das nadeiras peitorais e o famoso “esguicho” são vistos facilmente.

Imbituba no sul do Brasil, La Pedrera no Uruguai e Puerto Madryn na Argentina, são apenas alguns dos lugares onde o fotógrafo Marcelo Langon realizou seus registros. O publicitário que fez da fotografia de baleias mais do que uma paixão, fala que o trabalho é duplo: “técnico e educativo”. Do ponto de vista fotográfico, é grande a dificuldade de registrar animais que passam a maior parte da vida de baixo d’água, “um salto dura poucos segundos e quando o trabalho é feito de dentro de um barco é preciso muita habilidade para se equilibrar e rapidez para não perder o clique”. Para Langon, a conscientização sobre a preservação do meio ambiente marinho é um tema urgente e que começa pelo conhecimento. Além de fotografar as baleias em condições naturais, há uma série de registros dos fatores antropológicos que as ameaçam, como: redes de pesca, trânsito intenso de navios e desenvolvimento econômico não sustentável. Para o fotógrafo, a preservação ambiental é um trabalho coletivo, onde cada um deve fazer a sua parte, “a minha contribuição é com imagens”, afirma o fotógrafo.

A qualidade artística e o viés educacional do trabalho do fotógrafo, diplomado pela PUCRS, chamaram a atenção do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS de Porto Alegre. Para Simone Flores Monteiro, coordenadora de Projetos Museológicos do Museu, a exposição tem por objetivo proporcionar aos visitantes um contato mais próximo com a diversidade marinha. A exposição 10 Anos na Rota Migratória da Baleia-Franca será exibida a partir do dia 12 de julho no museu, junto ao Espaço Mamíferos Aquáticos, que conta com um esqueleto completo de Baleia-de-Bryde. “A exposição vai trazer vida para a ossada e a ossada, vai trazer um olhar científico sobre os cetáceos, fotografia e ciência andando juntas”, conclui Langon. Segundo o fotógrafo, a exposição contempla um período dedicado a Baleia-Franca-Austral, e atualmente ele já esta trabalhando num projeto que registra a baleia Jubarte no pacífico sul. No verão de 2013, Langon passou uma temporada navegando pelo Estreito de Magalhães na Patagônia Chilena, onde aproveitou para registrar a espécie nas proximidades da Ilha Carlos III.

Serviço:
Exposição Fotográfica 10 Anos na Rota Migratória da Baleia-Franca
Onde: Museo de Ciências e Tecnologia da PUCRS – Porto Alegre
Quando: a partir de 12 de julho
Contato: [email protected]