Até o dia 18 de novembro, acontece no Egito a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), que tem como um dos focos tratar da produção de plástico e sua poluição subsequente.
Durante o evento, a Organização das Nações Unidas (ONU) está encorajando a criação de um tratado global para acabar com a poluição de resíduos plásticos até 2040. Quase 200 nações já se comprometeram com o possível acordo.
Um artigo publicado na revista Nature Reviews Earth and Environment nesta quarta-feira (9) apresenta algumas formas de diminuir esse tipo de poluição e como o tratado pode ser estruturado. Elaborado por três pesquisadores da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, o documento também aconselha o G20, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Banco Mundial sobre políticas e meios realmente efetivos para diminuição do plástico.
Até o momento, não existe uma meta prioritária definida para o tratado e elas devem ser discutidas durante as negociações que ainda irão se iniciar. “O Tratado Global do Plástico precisa de uma meta claramente definida. Atualmente, há ambiguidade sobre o que ‘acabar com a poluição plástica’ realmente significa”, avalia, em nota, o professor Steve Fletcher, diretor do Global Plastics Policy Center da Universidade de Portsmouth. “Para que o tratado funcione, é vital que haja uma meta única e um acordo estratégico.”
Os autores não acreditam, porém, que será possível zerar a poluição por plástico já existente. Por isso, eles propõem que o foco seja em não gerar novas poluições nas próximas duas décadas. Assim, aliando metas, métricas para avaliar os avanços e políticas efetivas, os pesquisadores acreditam que uma mudança sistêmica para acabar com os resíduos plásticos pode ser alcançada.
Os obstáculos existentes
Para a autora principal do estudo, Antaya March, ainda existem outros desafios a ser superados para o tratado dar certo. “O plástico é extremamente útil, mas a má gestão levou a uma crise global de poluição que está exacerbando as mudanças climáticas. A economia circular de plásticos é necessária para reduzir ou eliminar radicalmente a poluição, apoiando o uso necessário”, declara, em comunicado.
Ainda de acordo com March, as políticas específicas de cada país não têm o poder de afetar significativamente os impulsionadores globais de plástico. “Na pior das hipóteses, criam inconsistências legais e políticas internacionais que empurram os resíduos plásticos para locais com menos capacidade de lidar com eles com segurança”, destaca.
Segundo March, estima-se que os compromissos atuais para combater a poluição plástica diminuirão apenas a entrada de plástico no meio ambiente em aproximadamente 7% até 2040. “É por isso que precisamos de uma meta ambiciosa para a qual todas as nações possam trabalhar.”
Fonte: Galileu