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CRISE

Mundo ainda está longe de se adaptar às calamidades climáticas, alerta ONU

Esforços e recursos colocados pelos países não acompanham a frequência e a intensidade do aquecimento global, conclui novo relatório

8 de novembro de 2024
Folha de S.Paulo
3 min. de leitura
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Moradores de La Torre, na região de Valência, tentam limpar casa invadida pela lama na pior tempestade do século na Espanha – Jose Jordan/AFP

A poucos dias do início da conferência do clima COP29, a ONU avaliou, nesta quinta-feira (7), que o mundo está longe de completar a sua preparação para as calamidades geradas pelas mudanças climáticas.

Os esforços globais para se adaptar à crise climática —desde a construção de barragens à plantação de cultivos resistentes a seca— não acompanharam o aquecimento global, que acelerou a frequência e a intensidade das catástrofes.

O ano de 2024 está prestes a se tornar o mais quente já registrado, anunciou também nesta quinta-feira o observatório europeu Copernicus. E este será provavelmente o primeiro ano em que o limite de 1,5°C de aquecimento será ultrapassado em relação aos níveis pré-industriais.

“As calamidades climáticas são a nossa nova realidade. E não estamos à altura disso”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quinta.

“Devemos nos adaptar, agora mesmo”, acrescentou, lembrando a lista de catástrofes climáticas recentes envolvendo enchentes, incêndios e furacões, entre outros.

As últimas inundações devastadoras na Espanha são a mais recente ilustração disso.

No entanto, de acordo com um relatório do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), os fundos públicos internacionais atribuídos aos países mais pobres para medidas de adaptação estão longe de ser suficientes.

Os US$ 28 bilhões gastos em 2022 (R$ 146 bilhões de reais, na cotação da época) não cobrem nem sequer um décimo das necessidades, estimadas entre US$ 215 bilhões e US$ 387 bilhões (de R$ 1,23 trilhão a R$ 2,23 trilhões, na cotação atual) para 2030.

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