Grupo resgatou cachorro no bairro Jd. Campos Elíseos que havia
sido esfaqueado e com suspeita de ter sofrido abuso sexual
Um grupo formado por quatro mulheres resgatou na manhã deste domingo (30) um cão mestiço que ficava preso em um terreno particular, no Jardim Campos Elíseos, em Campinas. A suspeita é de que o animal era vítima de maus-tratos. Vizinhos teriam denunciado de que ele havia sido esfaqueado. O tutor do animal, o funileiro Wilson da Silva, 49 anos, e o dono do terreno que é ex-sogro de Silva, o aposentado Laércio Bonifácio, 72 anos, negaram quaisquer acusações de maus tratos.
Segundo o aposentado, há cerca de um mês ele chegou no terreno e encontrou o cachorro já machucado. ‘No início achei que ele tinha sido atropelado, mas dois dias depois me disseram que ele tinha sido esfaqueado. Não sei quem foi. Pode ter sido alguém que pulou o muro ou quando ele saiu na rua. Muita gente pula o muro e entra aí’, afirmou.
O caso foi parar na delegacia. A publicitária Cassiana Paschoarelli, 36 anos, registrou ocorrência no sábado (29) relatando as denúncias de vizinhos do cão que o encontraram todo machucado e o levaram ao veterinário. Segundo o relato à polícia, o veterinário teria atestado que o cachorro havia sido esfaqueado e que possuía lesões anais provavelmente provocadas por relações sexuais.
‘Vim aqui buscar os filhotes da cadela que havia dado cria e vi o estado do cachorro. Ele não conseguia levantar. Fiquei indignada, foi quando comecei a procurar alguém para me ajudar’, contou a cabeleireira Daniela Soares, 43 anos. ‘Está claro que ele sofreu de maus tratos, ele foi esfaqueado’, disse a voluntária Valdiza Fernandes, 64 anos, também integrante do grupo. Hoje (30) o cachorro estava magro e apresentava os sinais das lesões provocadas pelas facadas.
Segundo o grupo, ele será examinado por uma nova veterinária que irá produzir laudo sobre o estado de saúde do animal e se de fato ele sofreu de maus tratos. O animal deve ser levado para uma chácara em Estiva Gerbi.
O aposentado afirmou que o cachorro sempre foi bem tratado e que não sabia dos supostos abusos contra o animal. ‘Não sei porque tudo isso. Ele é bem tratado e já sarou das facadas. Não vai andar mais como andava, mas já está curado. Não tem explicação acusar os outros de uma coisa que não fiz’, afirmou.
O caso foi registrado no plantão do 4º Distrito Policial (DP) e deverá ser encaminhado para o 2º DP. Segundo o delegado Cristiano France Favaro, caso seja comprovado condição de maus tratos, o autor, se identificado pode ser indiciado por crime de prática de abusos contra animais. O crime está previsto no artigo 38 da lei 9.605/98, que diz que ‘a prática de ato de abuso, maus tratos, feri ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos’ é passível de pena de três meses a um ano de detenção. ‘Nesses casos geralmente é aplicada uma pena alternativa, além da perda do animal’, explicou o delegado.
Outro caso
Um outro caso de suposto maus tratos contra animais foi registrado no 4º Distrito Policial na última sexta-feira. A advogada E.G., 51 anos, relatou a polícia ter recebido denúncias que um cão de guarda da raça pitbull é mantido durante todo o dia em um caixote com um metro por 1,2 metro de dimensão por dois de altura, em uma construção no bairro Santa Genebra. De acordo com ela, o cão fica trancado no local das 6h às 19h30, no escuro, sem comida ou água e que é solto apenas a noite ainda permanecendo amarrado a uma corrente com cerca de dois metros de comprimento. A advogada disse à polícia ter falado a tutora do cão, quando ela foi tratar do animal, que disse que alugava cachorro para guarda e insistiu que ele é bem tratado. O caso será apurado pelo 4º DP.
Fonte: Cosmo