As irmãs Necla Varol e Nazife Çoklaş viajam diariamente por toda a a península de Gelibolu, no Oeste da Turquia, para alimentar cerca de 200 animais abandonados à própria sorte em meio à pandemia de coronavírus. Todos os dias, elas pegam uma van, reúnem alimentos doados por moradores e garantem a sobrevivência de cães e gatos que sofrem com negligência e crueldade humana. Animais domésticos não são afetados pela doença, mas se tornam vítimas indiretas.
Devido aos bloqueios governamentais e orientações de distanciamento social, muitos cães e gatos comunitários foram deixados à própria sorte. Felizmente Necla e Nazife se recusam a ignorar a situação destes animais sem lar. As irmãs lamentam ainda que por falta de políticas públicas de controle populacional, os cães e gatos que vivem na região se multiplicam continuamente e demanda por alimentos e abrigo sobem. A pandemia tornou a vida de animais em situação de rua ainda mais desafiadora.
Quando a van das irmãs está chegando ao ponto de alimentação, elas buzinam e rapidamente um multidão de cães e gatos aparece. Eles passam o dia ansiando pela chegada das mulheres e a tão esperada “hora do almoço”. Além de cães e gatos, raposas e outras espécies silvestres também são vistas. Necla atua em defesa dos direitos animais desde 1993 após resgatar um cachorrinho que não sobreviveu. O episódio a marcou tanto que em 2014 ela fundou uma associação de defesa e proteção dos animais.
Necla e Nazife transportam cerca de 120 kg de alimento diariamente. “A península é muito grande e existem cerca de 200 animais vivendo em uma área de cerca de 100 quilômetros. Normalmente, este lugar está cheio de visitantes e pessoas que vêm para suas residências de verão e os alimentam. Todo mundo está confinado em sua casa. Temos que ficar em casa também, mas alguém deve fazer isso. Esses animais precisam ser alimentados”, diz Necla.
Nazife afirma que a pureza dos animais é o maior gesto de gratidão que poderia receber. “Alimentá-los é um sentimento bonito. Tudo o que eles precisam é de um pouco de amor, e fico feliz em vê-los correndo para nós”, conclui a ativista.
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