Uma estimativa feita pelo Grupo de Resgate de Animais em Desastres (G.R.A.D) aponta que pelos menos 130 animais afetados pelas enchentes que devastaram Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, foram resgatados e estão em abrigos temporários em segurança. Carlos Eduardo Machado, brigadista do GRAD, disse que um dos principais obstáculos é o risco de novos deslizamentos. “A equipe precisa ter muito cuidado, por isso, só mandamos para campo os profissionais mais experientes. Não podemos deixar voluntários ter acesso porque requer treinamento. Muitas vezes, buscamos pets que estão em casas prestes a desabar, não podemos colocar um civil em risco”, explicou.
O ativista conta também que encontrar lares temporários para acolher os animais salvos é fundamental para o andamento das buscas. “É difícil encontrar um local para deixá-los. Em Brumadinho (MG), por exemplo, tivemos uma estrutura para colocá-los, aqui não. Dependemos dos voluntários. Os animais, nessa situação, são grandes companheiros e ajudam suas famílias a superar este ‘baque’. É uma questão psicológica, muito mais profunda do que só um animal doméstico”, disse em entrevista ao portal Casa e Jardim. A cada instante, novos pedidos de resgate chegam. Um deles foi o da professora Verônica Ferreira, que tutela 22 animais, 19 gatos e 3 cachorros.
Ela usou as redes sociais para fazer um apelo por resgate, pois se recusava a deixar a casa sem levar os animais. “Teve um desabamento muito grande perto da minha casa, com vítimas humanas e animais. Eu não queria sair por causa deles, não teria como ficar sem vê-los pelo resto da minha vida. Nunca teria paz, sossego ou a consciência tranquila. Postei pedindo ajuda na internet, dizendo que havia risco, alguém viu e chamou o resgate”, disse. Ela e os animais foram salvos pelo G.R.A.D, em parceria com a COBEA (Comissão Nacional de Bem-Estar Animal) e a Defesa Cívil. Os animais tutelados por Verônica foram encaminhados para lares de acolhimento.
“Eu fiquei muito grata pela ajuda. Infelizmente, não posso visitar meus cachorros. Fiquei triste quanto a isso, porque é longe de onde estou, mas entendo a situação. Mas quanto aos gatos, já visitei e fiquei tranquila de saber que estão seguros”, finalizou a professora.