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Mulher reencontra cães resgatados da enchente em São Sebastião do Caí (RS)

27 de agosto de 2013
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A enchente em São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, já deixou 88 famílias desabrigadas desde o sábado. Os dois dias de agonia trouxeram a perda de móveis, alimentos, roupas e outros utensílios das casas devastadas pela forte correnteza do Rio Caí. Na pressa por juntar pertences e manter os filhos a salvo, muitas famílias acabam deixando animais domésticos para trás.

Veridiana de Souza, 37 anos, só conseguiu trazer para o abrigo montado pela prefeitura no ginásio do Parque Centenário duas trouxas de roupa e um colchão. Ao lado do marido e dos dois filhos, a agricultora lamentava a provável morte dos seus três cães e de um gato, que permaneceram em sua residência no bairro Navegantes, após a Defesa Civil proibir a família de regressar para a casa.

“No domingo de manhã, eu saí com a família levando o que deu dentro da nossa Kombi. Deixamos as coisas aqui no ginásio e voltamos para buscar os restos das coisas e os nossos cães, que ficaram lá. Mas não deixaram a gente voltar porque a correnteza estava muito forte. É triste, não vou me perdoar se algo acontecer com eles”, disse, resignada, a mulher, que planta e vende rosas.

Avisada que havia um centro para cães ao lado dos ginásios onde estão 75 famílias – o restante está na Associação de Moradores do bairro Quilombo – e que os animais poderiam estar lá, Veridiana levantou-se rapidamente do sofá trazido por sua irmã e saiu em disparada ao abrigo montado pela ONG Vira Lata na Net, que já resgatou 35 cães das ruas e que foram abandonados pelos tutores nas enchentes. Um dos cães, Sheikh, em homenagem ao atacante do Corinthians de quem os filhos são fãs, dormem na cama das crianças, tamanho o afeto.

“Eu não acredito que o Sheikh e a Preta estão aqui! Obrigada por ter me avisado! Eu achava que eles estivessem mortos! Meus filhos são apaixonados por eles. Mas ainda rezo para que o meu gato e o outro cachorro estejam bem”, comemorou, abraçando os cães efusivamente.

O resgate ocorreu nesta manhã, quando uma voluntária da ONG entrou na casa e pegou os cães, que já estavam praticamente sem vida.

“Eles estavam desesperados, quase morrendo afogados e com muito frio. A água batia na minha cintura. É triste ver que algumas famílias não se preocupam primeiro com os seres vivos do que com os seus pertences”, lamentou.

A ONG Vira Lata da Net montou um abrigo provisório para os animais encontrados. Cada um tem um cobertor, uma caixa de papelão, água e ração. Todos serão cadastrados.

Fonte: Zero Hora

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