A mulher que foi registrada em um vídeo marcando o número 22 no rosto de um bezerro com ferro quente foi identificada com a médica veterinária Fernanda Paula Kajozi. As imagens têm como som de fundo o jingle da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro. O episódio ocorreu em Palmas, no Tocantins, e foi apurado pela equipe do portal BT+.
No vídeo, a veterinária registra o número 22 na face do animal, que não teve o sexo identificado. As imagens fortes foram postadas nas redes sociais da médica veterinária, nos stories de Fernanda Paula.
Internautas reagiram com indignação e repúdio. “Meu Deus, tadinho do animal, eu sofri vendo essa atrocidade. Nunca tinha visto marcarem a cara do animal assim”, disse uma internauta. Outros usuários marcaram pessoas públicas que trabalham em defesa dos animais. Enquanto outros se prontificaram a denunciar o caso por violência animal.
Depois do vídeo viralizado e de muitas críticas dos internautas, Fernanda Paula Silva Santos, que usa nas redes sociais o nome de “Fernanda Paula Kajozi”, fechou sua conta no Instagram. Alguns minutos depois de fechar o seu perfil, a conta deixou de aparecer na busca, sugerindo que Paula pode ter tido sua conta desativada pela rede social.
Especialistas explicaram se o ato é justificável. O zootecnista Elder Natividade explicou que a marcação no rosto só é feita em vacas e em casos de brucelose. “A vacinação de brucelose é obrigatória para previnir que o animal seja contaminado por bactérias do gênero Brucella e neste caso, após a vacinação, marca-se o animal com uma letra, a letra “v”. Além disso a marcação contra Brucella é feita no lado esquerdo da face e não do lado direito como aparece no vídeo”, explica o profissional.
A médica veterinária Daiane Melo explicou que a vacinação de brucelose é feita apenas em fêmeas bezerras e também confirmou que a marcação deve acontecer do lado esquerdo. “Se usa a letra ‘V’ e o último algorismo do ano de realização da vacina”, explica.
Outro caso em que se pode fazer a marcação é para registrar a guarda do animal, quem o tutela, e se usa geralmente o lombo traseiro e não a face. “Não é uma prática indicada por questão de bem-estar animal, no entanto ela não é proibida”, explicou ainda Elder.
Até um pecuarista, Marco Costa, ao ver o vídeo, confirmou que a prática não é correta. Ele explicou que não há um motivo para a marcação do número “22” na face do animal. “Dentro da prática pecuarista não se marca o rosto do animal assim. Pelas imagens me parece uma marcação com intenções próprias”, disse Costa.
Após uma busca nas redes sociais de Fernanda Paula, é possível encontrar muitos registros dela em sua atuação como veterinária. No TikTok, além de aparecer em várias trends de dancinhas, Paula também se exibe em imagens questionáveis que fomentam a banalização do abuso animal, como ficar de pé sobre o dorso de um cavalo. próxima vez que eu comentar.
Com informações do portal BT+
