Em memória de seu cachorro Slinky, a americana Kristy Bellmer decidiu unir amor, arte e resistência em uma homenagem que literalmente ultrapassa fronteiras. Durante dois meses, ela pedalou 4.707 quilômetros pela Europa, formando com o trajeto a figura de um cachorro no mapa. O feito, registrado por GPS, se tornou o maior desenho do tipo já feito de bicicleta, superando em três vezes o recorde anterior.
A jornada começou no dia 1º de maio, data de aniversário de Slinky, com partida e retorno a Amsterdã, cidade que Kristy chama de “paraíso do ciclismo”. O percurso passou por seis países, Holanda, Bélgica, França, Suíça, Alemanha e Tchéquia, cada um incorporado de forma simbólica à anatomia do cão desenhado.
“Usei muita criatividade para conectar esses lugares de uma maneira que se parecesse com um cachorro”, contou. O “pé” mais longo representou visitas a amigos na Suíça; a “bunda”, a passagem por Garmisch-Partenkirchen, na Alemanha; e a “cauda”, um desvio até a Tchéquia.
Mais do que uma façanha esportiva, o trajeto foi uma declaração de amor que mostra o vínculo profundo entre humanos e animais. Para Kristy, a homenagem foi uma forma de transformar a saudade em movimento, uma expressão física da conexão que sobrevive mesmo após a morte.
As condições, porém, não foram fáceis. A ciclista enfrentou chuvas intensas, descritas como “as piores da primavera europeia em anos”, e viu sua barraca inundar duas vezes. A bicicleta, apelidada de Bikecephalus em referência ao cavalo de Alexandre, o Grande, também sofreu danos. “Achei que tinha acabado com as colinas quando saí dos Alpes! Eu não estava preparada mentalmente”, disse sobre as subidas entre a Alemanha e a República Tcheca.
Ao final da exaustiva jornada, Kristy Bellmer não quebrou apenas um recorde mundial. Ela transformou uma trajetória de luto em uma rota de amor, criatividade e resiliência. O desenho de um cachorro, agora permanentemente marcado no mapa da Europa, é como um monumento digital a Slinky e uma declaração de que a passagem dos animais domésticos pela Terra importam, suas memórias merecem ser eternizadas e suas histórias são dignas de cruzar continentes.