Jannet Talbott, moradora de uma cidadezinha em uma área rural do Canadá, vive rodeada de animais selvagens – incluindo esquilos. Sempre disposta a ajudá-los, disponibiliza comida e cuidados quando necessário.

Um dia, ela estava na varanda de casa quando se deparou com uma situação inusitada: um pequeno esquilo que passava por lá tinha sérios problemas nos dentes. Eles estavam muito grandes, tão grandes que um deles estava quase encostando em um dos olhos dele.

“Eu percebi que tinha algo errado em seu rosto”, ela conta em entrevista ao portal The Dodo. “Então eu cheguei mais perto e pensei ‘minha nossa, esse é um dente gigantesco crescendo no rostinho dele’”.

Preocupada com o animal e tentando imaginar o que poderia fazer para salvá-lo da desconfortável condição, ela esperou no mesmo local, na esperança de avistá-lo novamente. Enquanto esperava, deu até um nome para o pequeno esquilo: Bucky.

Semanas depois, ele apareceu. “Um dia, ele apareceu no comedouro. Foi como uma intervenção divina. Eu apenas estiquei os braços e o peguei”, relembra Talbott. “Assim que o peguei em meus braços, eu comecei a dizer para ele ‘eu vou te ajudar, Bucky. Você vai ficar bem”.

Com medo de ser uma experiência muito traumática para o animal – e também para ela, caso o veterinário dissesse que não teria como reverter a situação de Bucky -, Talbott resolveu antes de qualquer coisa pesquisar sobre a condição dele na internet.

O que ela descobriu foi que, de fato, dentes de esquilo nunca param de crescer; o normal é que eles vão se desgastando com o tempo, à medida em que eles roem e mordem alimentos e outros materiais. Por alguma razão desconhecida, isso não aconteceu com Bucky.

Mas nem tudo estava perdido: outra descoberta de Jannet foi que esquilos não sentem dor nos dentes. então salvar o pequeno animal seria mais simples do que ela imaginava. Bastava pegar um cortador e pronto: tudo estaria resolvido.

Não foi fácil, mas ela encarou a missão. Talbott sabia que a vida de Bucky dependia deste ato. “A boca dele estava um caos. Os dentes de cima estavam tortos, e crescendo dentro de sua boca”, ela relembra. “Quando ele comia, o dentre ficava esfregando em seu rosto. Era terrível”.

“Eu fui até o andar de cime e peguei meu cortador de unhas. Eu queria que ele estivesse bem e calmo, então eu deixei que ele relaxasse um pouco. Então eu peguei o cortador, segurei Bucky e comecei o trabalho”, ela conta. “Durou menos de 10 minutos. Ele estava completamente relaxado o tempo todo. Foi um trabalho sério de dentista, mas ele foi um ótimo paciente”, brinca.

Depois de ter o problema do dente resolvido, Bucky retornou à natureza. E Talbott poderia jurar que ele, traumatizado, acabaria indo parar longe da casa dela, para levar uma vida tranquila, sem preocupações ou machucados.

Ela ficou surpresa, então, quando percebeu que ele continuou a visitá-la na varanda. Foi muito gratificante para ela perceber a alegria do animal, que não parava de esfregar as patinhas no rosto, desacreditado da ausência dos dentes gigantes.

“Nós dividimos o planeta com os animais. Se algum deles está com problemas e cruza o meu caminho, eu não penso duas vezes antes de ajudá-lo, porque não há sentimento melhor do que o de ajudar um animal’, conta. “Se o que eu fiz por Bucky incentivar outras pessoas a ajudar animais em necessidade, isso será realmente um sonho se tornando realidade”.

Jannet Talbott poderia ter visto a situação do esquilo e não ter feito nada – simplesmente ter deixado a “natureza” agir. Mas um ato de poucos minutos mudou completamente o rumo da vida do animal.