Um mulher, moradora da zona sul, foi condenada em primeira instância a destinar R$ 400,00 à Sociedade de Apoio à Pessoa com Aids de Bauru (Sapab) devido a maus-tratos cometidos contra dois cães, das raças collie e akita. A decisão do juiz João Augusto Garcia, da 3.ª Vara Criminal de Bauru, foi proferida na última sexta-feira, com base em boletim de ocorrência (BO) registrado na Polícia Civil, no começo do ano passado.
Na época, a Organização Não-Governamental (ONG) bauruense de defesa dos animais Naturae Vitae recebeu denúncias de que os animais estariam sendo submetidos a maus-tratos. A entidade acionou o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) que, por sua vez, autuou a tutora dos cães. A mulher não teve seu nome divulgado.
Pessoas que testemunharam o resgate dos cachorros afirmam que os dois estavam infestados de carrapatos e bastante debilitados fisicamente. “A cadela akita mal conseguia andar. Estava completamente prostrada”, afirma uma mulher que presenciou o drama dos animais. Ela pediu para que sua identidade fosse mantida em sigilo.
A mulher conta ter procurado a tutora para oferecer auxílio no cuidado com os cães. “Fiquei espantada ao entrar na casa. Os carrapatos subiam até pelas paredes. A situação dos cachorros era deplorável. Fiquei alucinada com tudo aquilo que vi”, afirma.
Segundo ela, a responsável pelos cães não aceitou a ajuda. Ainda assim, a mulher foi insistente e comprou vitaminas e remédios contra carrapatos para os cães. “Passados uns dez dias, retornei à casa e notei que ela nem havia tocado nos medicamentos”, diz.
A mulher conta que chegou a pedir à criminosa que lhe entregasse os cães. “Ela não me deu ouvidos. Dias depois, recebi um telefonema de uma amiga, dizendo ter feito uma denúncia à Naturae Vitae sobre esses maus-tratos”, afirma.
O promotor João Henrique Ferreira propôs a aplicação de pena alternativa à mulher. Ela terá de depositar quatro prestações mensais de R$ 100,00 numa conta corrente em nome da Sapab, a partir do próximo dia 5. A entidade foi escolhida em reunião para ser beneficiada pela pena alternativa que será cumprida pela infratora.
A presidente da Naturae Vitae, a bióloga Fátima Schroeder, diz ter sido informada, no dia do julgamento, que os cães já não se encontram mais sob guarda da condenada.
De acordo com Schroeder, a denúncia não levou em conta apenas o bem-estar dos cães, mas também a saúde das pessoas que vivem nas imediações do local onde estavam os animais. “Os carrapatos estavam invadindo as casas dos vizinhos. Havia sérios riscos de toda aquela gente ser infectada por doenças graves, se nenhuma providência tivesse sido tomada a tempo”, diz.
Fonte: Jornal da Cidade