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Mulher degola pombos e causa tumulto no Centro de Campinas (SP)

12 de novembro de 2010
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Uma mulher de 27 anos foi detida no final da manhã de ontem, na Praça Carlos Gomes, em Campinas, após degolar pelo menos três pombos no Largo do Rosário. Para matar as aves, a mulher usou uma faca de cozinha presa a um cabo de vassoura e só parou porque foi perseguida pelo vice-presidente da Unidade de Proteção ao Animais (UPA), César Rocha, que chamou a polícia. Ela foi encaminhada para a ala de psiquiatria do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), após prestar depoimento na Delegacia de Proteção aos Animais, no 4 Distrito Policial.

Os ataques começaram por volta das 11h, no Rosário. Uma mulher que passava pelo local viu quando Edmeire Celestino da Silva pegou um pombo, pisou sobre a ave e depois arrancou o pescoço com a “arma”. Indignada, a testemunha — identificada apenas como Cida — chegou a oferecer dinheiro para Edmeire, acreditando que ela estava matando o pombo para se alimentar. No entanto, ela jogou a ave no chão ao lado de um jardim e foi atrás de outros pombos.

“Me ligaram e fui até o local. Havia muito sangue pela praça. Achamos uma ave, mas testemunhas disseram que ela tinha matado outras duas”, contou Rocha, que passou a perseguir Edmeire. “Liguei para a PM e nesse momento ela foi em direção à Praça Carlos Gomes, onde também tentou matar outros pombos.”

Edmeire aparentava estar perturbada, apesar de caminhar de forma normal, com a arma improvisada nas mãos. Ao ser detida pelos policiais, a jovem deu informações desconexas e chegou a falar que era “marido” da presidente eleita Dilma Rousseff. “Eu matei os pombos para chamar a atenção da Dilma”, disse.

A delegada Rosana Vescovi Mortari elaborou um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) por maus-tratos e porte de arma branca e depois acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levá-la ao hospital. A mãe de Edmeire, cujo nome foi preservado, prestou depoimento e alegou que a filha tem problemas psiquiátricos e que também é usuária de drogas e já foi presa por roubo.

“Em depoimento, a moça disse que queria matar gente, mas ela não estava em seu estado normal”, comentou a delegada. A cena no Largo do Rosário assustou quem passava pelo local. “A mulher parecia uma louca. Fiquei com medo da faca que ela carregava”, contou a estudante A.S., de 17 anos.

De acordo com a lei 9.605, artigo 32 da lei de crimes ambientais, quem mata, maltrata e mutila animais pode pegar de três meses a um ano de detenção e ainda pagar multa, cujo valor é definido pelo juiz. Como Edmeire apresentava problemas psicológicos, ela responderá ao processo em liberdade.

Fonte: Correio Popular

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