Por Giovanna Chinellato (da Redação)
Uma mulher entrou no salão Nails N More, nos EUA, para cortar o cabelo cerca de uma década atrás, e conforme ela sentou na cadeira do cabeleireiro, seu cabelo volumoso começou a se mexer sozinho.
Aninhado em seus cachos estava um bebê gambá – ela o trouxera para o salão porque sabia que Teresa Masters encontraria uma casa para ele. Teresa, ávida fotógrafa da natureza, ainda tem fotos glamourosas do bebê bigodudo num álbum. Só para provar que ele era adorável.
“Minha mãe disse que, quando eu era pequena, não queria saber de bonecas”, ela disse, sentada numa mesa de manicure numa gelada tarde de fevereiro. “Eu sempre escolhia os bichos de pelúcia”.
Desde aquela época, ela pegava cães e gatos abandonados na rodovia perto de sua casa no condado rural de Franklin. Ela levava uma gaiolinha de gatos e comida no carro, por precaução.
Certo dia, ela estava dirigindo para casa quando viu um cachorro preso. Ela tentou atraí-lo para perto, mas não funcionou. Logo foi para casa buscar comida de cachorro. Ela voltou mais tarde para ver se ele tinha comido.
“Em vez disso, encontrei três gatinhos no mesmo lugar”, ela disse. “Foi quando eu simplesmente olhei pra cima e disse: ‘ok, eu desisto. É isso que eu vou fazer’.”
Teresa é a mais nova membro da Humane Society do condado, e há muito tempo voluntaria lá e na casa para animais L.I.F.E.
A casa que ela divide com o marido, Kenneth, é um lar para cães, gatos e coelhos – ela até teve alguns patinhos na piscina.
Os animais ficam no salão de beleza por alguns dias ou semanas. As mulheres do Nails N More deram lar para um furão, um lagarto, um pombo bebê, um coelho bebê e um porco-espinho.
“Se você janta na minha casa, acaba vacinado ou castrado”, ela disse. “Ninguém nunca come em casa – eu tenho festas no jantar e ninguém vem!”
Mas Teresa também ajuda mulheres – pode ser uma consumidora que precisa de conselhos, ou uma vítima de estupro na África. Três pulseiras multicoloridas pendem de seu pulso, feitas com contas recicladas de revista, dadas por mulheres pobres da Uganda.
“Eu as uso para me lembrar de que sou parte de algo maior”, ela disse. “Tem outras mulheres em algum lugar com lutas diferentes, e isso é importante. Estamos todos interligados.”
Um mural de cortiça está pendurado na porta do Nails N More, com tachinhas prendendo jornais e folders sobre trabalhos voluntários na região.
“Todo mundo pode fazer a diferença – você não pode mudar o mundo, mas você pode fazer a diferença para alguém”, Teresa diz. “Eu acho que vou salvar o mundo com um animal de cada vez”.
Ela também é voluntária com o grupo jovem de uma igreja luterana e visita escolas locais para ler para as crianças.
Seus colegas de trabalho também fazem bastante pelos outros. A cabeleireira Bervely Raines ajuda o grupo de escoteiros de seu filho, e ela manda grampos de cabelo para uma organização que os torce em esteiras e usa em derrames de petróleo.
Sara Nesselrode trabalha com o Big Brothers Big Sisters e busca uma cura para um tipo de esclerose (doença neuromotora degenerativa), e Georgena Conn é voluntária na seção de roupas da igreja Camp Pleassant.
Fonte: The State Journal