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REENCONTRO

Mulher adota cachorro epilético cinco anos após conhecê-lo: 'Ele me esperou'

Na época em que conheceu o cachorro, Cláudia Flores Furlan não tinha condições de adotá-lo. Porém, desde o primeiro momento, prometeu ao cão que, caso ele não fosse adotado por outra família, ela o levaria para casa assim que possível. E cumpriu a promessa

22 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Carlos Nogueira/Prefeitura de Santos

Há cerca de cinco anos, um cachorro epilético que vivia no abrigo da Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida) de Santos, no litoral de São Paulo, conheceu aquela que viria a ser, anos depois, sua nova tutora. A coordenadora de projetos Cláudia Flores Furlan, de 44 anos, foi voluntária no órgão em 2017, quando conheceu o animal. Na época, porém, ela não tinha condições de adotá-lo. Mas prometeu ao cão que, caso ele não fosse adotado por outra família, ela o levaria para casa assim que possível. E cumpriu a promessa.

Durante esses cinco anos, James Brown, como era chamado o cão que agora atende por Eros, permaneceu no abrigo. A doença do cão foi sempre um impeditivo para famílias que iam conhecer os animais que vivem no abrigo. Cláudia, por sua vez, foi morar em outro país, retornou ao Brasil, mudou-se para o interior de São Paulo e apenas neste ano voltou para Santos. E o seu primeiro pensamento foi relacionado a Eros, nome escolhido por ela após a adoção.

“Lá atrás, eu falei para ele ‘um dia eu ainda venho te buscar’. Hoje, eu brinco que ele me esperou”, disse a coordenadora de projetos ao G1. Segundo ela, na época em que voluntariou no abrigo, tutelar um cão idoso com problemas de saúde, que necessitava de muitos cuidados, lhe impediu de adotar Eros. Mas neste ano a adoção se tornou possível.

Foto: Arquivo Pessoal/Cláudia Flores Furlan

“Quando eu cheguei aqui [em Santos], foi a primeira coisa que veio na cabeça, ver se o James estava no abrigo. De uma certa maneira, eu gostaria que ele não estivesse mais, e ao mesmo tempo, queria que permanecesse, para eu adotá-lo. Quando eu liguei e falaram que ele estava, eu disse ‘ele é meu'”, contou.

E os dois se deram tão bem e ficaram tão unidos após a adoção, que o cachorro não estranhou nem mesmo o novo nome que recebeu. “Ele atendeu desde o primeiro momento, parece que já tinha esse nome”, comentou a tutora.

Por ter epilepsia, Eros precisa tomar de maneira contínua dois remédios por dia. Com a medicação, as convulsões são mais raras. Adotado há seis meses, o cão tem cerca de oito anos de idade e se tornou um ótimo exemplo dos benefícios de se adotar um animal com problemas de saúde. Assim como os que possuem deficiência, os cães com doenças crônicas são rejeitados e passam à vida sem receber o amor de uma família.

“As pessoas têm um pouco de receio, mas, para mim, eu digo que foi até melhor. Quando a gente adota um filhote, é tudo muito novidade, é bem bagunceiro, agitado, mas o Eros é super calmo, é muito educado e tranquilo”, contou.

Foto: Arquivo Pessoal/Cláudia Flores Furlan

Outros dez animais com problemas de saúde ainda não tiveram a mesma sorte que Eros e aguardam por adoção na Codevida. De acordo com a coordenadora da Codevida, Karoline Castro, “na escala de adoção, os animais com deficiência ou que necessitam de tratamentos de saúde específicos são os últimos da fila”.

Cláudia, entretanto, faz questão de usar seu próprio caso como exemplo para mostrar que vale a pena adotar um animal doente crônico. “Eu sou apaixonada, e gostaria de dar oportunidade para todos os cãezinhos idosos. Eles ficam à noite sozinhos, é bem triste. As pessoas poderiam ser incentivadas a irem lá, ver, conhecer. Eu brinco que não fui eu que adotei ele, ele me adotou”, concluiu.

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