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ALTAS TEMPERATURAS

Mudanças climáticas transformam terras aráveis da Itália em deserto

Também está muito quente na França, onde algumas regiões se preparam para enfrentar esta semana uma das maiores ondas de calor de 2024

30 de julho de 2024
RFI
3 min. de leitura
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Foto: Getty Images

As terras aráveis sicilianas, na Itália, estão se transformando em deserto. Todo o setor de cítricos está ameaçado de extinção e a colheita teve que começar em julho.

Quanto à população, ela está sujeita a um racionamento drástico de água potável em cerca de cem municípios, incluindo Agrigento e Palermo. Tudo isso em um momento em que as temperaturas estão acima de 40°C e o calor é ainda mais sufocante, com níveis de umidade acima de 70%.

Uma crise do “ouro azul”

A Sicília é um triste exemplo do desperdício do uso de fundos públicos, inclusive quando se trata de água. Mais de 55% da água fornecida às redes é perdida devido ao seu gerenciamento desastroso e à falta de manutenção de todas as infraestruturas.

Nos últimos 17 anos, sucessivos governadores da região tiveram à sua disposição € 3,5 bilhões para resolver problemas crônicos, como barragens e tubulações. Mas o dinheiro se evaporou, muito antes de chegar à água. Considerando que 50% das redes têm mais de 50 anos e que a média nacional de perda de água para uso doméstico é de 42%.

O Ministério da Infraestrutura italiano alocou € 900 milhões para lidar com a emergência. Mas para evitar o colapso de todo o sistema de água, seriam necessários € 176 bilhões.

Ameaça na França

A onda de calor deve aumentar entre segunda e terça-feira em direção à metade norte da França e às instalações olímpicas na região parisiense. Quarenta e uma regiões francesas estão sob vigilância.

A onda de calor atinge o nível máximo na metade sul da França. De acordo com a agência Météo-France, essa primeira onda de calor do ano pode fazer com que as temperaturas subam acima de 40°C na região do Midi, em Toulouse (sudoeste), no interior de Gard e Hérault (sul), e na região de Nouvelle-Aquitaine (sudeste).

Em Marselha, a cidade-sede dos eventos de vela de Paris 2024, o domingo já foi marcado por um dia muito quente e úmido. Os espectadores foram convidados a trazer suas toalhas e trajes de banho, já que a área de recepção da marina olímpica incluía uma praia com boias, jogos para crianças e caiaques.

Por outro lado, os atletas tiveram que esperar sob o sol para que o vento aumentasse, como Erwan Fischer e Clément Péquin, campeões mundiais franceses na categoria 49er, que ficaram na água por quase seis horas.

“Precisamos nos reidratar e também temos toalhas com cubos de gelo. Podemos tentar controlar um pouco a sombra com as velas ou com um guarda-sol” trazido no barco dos técnicos, explicou Erwan Fischer.

Segundo Matthieu Sorel, climatologista da Météo-France, “As ondas de calor são uma manifestação emblemática de nossas mudanças climáticas, e estão se tornando cada vez mais intensas, frequentes, precoces e longas”, declarou durante uma coletiva de imprensa no sábado.

Na região de Paris, onde a maioria dos eventos olímpicos ocorre, “o pico do calor está previsto para terça-feira, quando as temperaturas máximas ficarão em torno de 34-35 graus”, explicou Tristan Amm, meteorologista da Météo-France. Nessa área, “as noites de terça para quarta e de quarta para quinta serão bastante quentes. O mercúrio terá dificuldade para cair abaixo de 20 graus”, acrescentou.

Fonte: Metrópoles

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