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OCEANO NO AQUECIMENTO GLOBAL

Mudanças climáticas podem fazer metano sair das profundezas dos oceanos

Liberação do gás de efeito estufa congelado das profundezas oceânicas pode agravar ainda mais o aquecimento global, segundo estudo feito ao largo da costa da Mauritânia

8 de dezembro de 2023
Redação Galileu
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Cientistas descobriram que, devido às mudanças climáticas, um bolsão de metano se deslocou por 40 km após se desprender de sua forma congelada nas profundezas do Oceano Atlântico. Muito mais da substância ainda pode ser liberada conforme o aquecimento climático avança.

O metano congelado, conhecido como hidrato de metano ou “gelo que pega fogo”, é vulnerável ao derretimento gerado pelas alterações climáticas, segundo mostra um novo estudo publicado ontem (6) na revista Nature Geoscience.

Este potente gás de efeito estufa é liberado e se desloca das partes mais profundas da plataforma continental até a borda da prateleira submarina. No processo, atinge não só os oceanos, mas também a atmosfera, agravando ainda mais o aquecimento global.

Uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Universidade de Newcastle, na Inglaterra, usou técnicas avançadas de imagem sísmica 3D para examinar a porção do hidrato de metano solta pelo aquecimento ao largo da costa da Mauritânia, no noroeste da África.

O grupo identificou na região metano dissociado que migrou mais de 40 quilômetros e foi liberado por um campo de depressões subaquáticas, conhecidas como “pockmarks”, durante períodos quentes.

O achado, segundo o autor principal, Richard Davies, pró-reitor de Globalização e Sustentabilidade da Universidade de Newcastle, ocorreu durante o lockdown da Covid-19. Neste período de reclusão, ele reviu imagens das camadas abaixo do leito do mar ao largo da Mauritânia e achou 23 “pockmarks”. “Nosso trabalho mostra que eles se formaram porque o metano liberado do hidrato, das partes mais profundas da plataforma continental, foi expelido para o oceano“, afirma o cientista.

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