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ESTUDO

Mudanças climáticas podem eliminar pequenos mamíferos únicos da Mata Atlântica

A Mata Atlântica da América do Sul é uma das áreas mais importantes do planeta em termos de biodiversidade

13 de maio de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Wikimedia Commons

O estudo envolveu pesquisadores do Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação, Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, da Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia e do Centro de Pesquisa em Dinâmica da Biodiversidade e Mudanças Climáticas, Departamento de Biodiversidade, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro, São Paulo, sob a orientação do professor Ricardo Siqueira Bovendorp, publicado na edição de 01 de maio de 2025 do periódico “A Jornal Conservetion Biogeography”.

A pesquisa científica revelou que as mudanças climáticas podem reduzir drasticamente a diversidade de pequenos mamíferos na Mata Atlântica da América do Sul — uma das áreas mais importantes do planeta em termos de biodiversidade. Essas mudanças podem resultar não apenas na extinção de espécies, mas também na perda de milhões de anos de história evolutiva.

A equipe de pesquisadores utilizou modelos computacionais avançados para projetar como o clima futuro pode afetar 101 espécies de pequenos mamíferos não voadores — como gambás e roedores — até os anos de 2050 e 2070. Os resultados indicam que os habitats adequados para esses animais podem encolher significativamente, especialmente nas regiões sudeste da floresta.

“Não estamos apenas observando o desaparecimento de espécies,” disse o Dr. Ricardo Bovendorp. “Estamos testemunhando um colapso nos ramos mais profundos da árvore evolutiva dos pequenos mamíferos. É como perder capítulos inteiros da história natural.”

O que torna a situação ainda mais preocupante é o fato de que essas espécies têm baixa capacidade de dispersão e a Mata Atlântica já se encontra altamente fragmentada devido ao desmatamento. Isso dificulta ainda mais a migração dos animais para novas áreas à medida que o clima muda.

O estudo também concluiu que as áreas protegidas atualmente existentes podem não ser suficientes para garantir a sobrevivência dessas espécies sob as futuras condições climáticas, ressaltando a necessidade de estratégias de conservação mais adaptativas.

“Esses animais desempenham papéis fundamentais em seus ecossistemas — desde a dispersão de sementes até o controle de pragas,” destacou o Dr. Ricardo Bovendorp. “Perdê-los pode gerar efeitos em cascata por toda a floresta.”

Os pesquisadores fazem um apelo urgente para que projeções climáticas sejam integradas ao planejamento da conservação e que corredores ecológicos sejam ampliados para ajudar a fauna a sobreviver em um mundo em aquecimento.

Fonte: O Trombone

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