Desde o dia 1º de outubro, cerca de mil peixes-boi morreram no litoral da Flórida em razão da falta de alimento. Especialistas afirmam que é possível que mais animais morram em novembro, porque o clima frio atípico causado pelas mudanças climáticas reduziu bruscamente a oferta de alimento da espécie. As ervas marinhas, principal comida dos peixes-boi, estão morrendo e não estão encontrando um ambiente propício para a recuperação e renascimento.

Além da crise climática, a poluição que atingiu a costa da Flórida também está estimulando a proliferação de algas tóxicas que impedem que a luz do sol chegue até as ervas marinhas sobreviventes, fazendo as murchar e morrer. O diretor do grupo ambiental Ocean Conservancy, JP Brooker, acredita que a morte em massa de peixes-boi é só o começo do colapso de todo o ecossistema marinho da Flórida e algo precisa ser feito.

O especialista salienta que “o fato é que: a Flórida está em uma encruzilhada de qualidade da água e clima, e os peixes-boi são nosso canário na mina de carvão. Eles estão morrendo em números recordes porque nós, humanos, tornamos as águas da Flórida inóspitas para eles. Não são apenas nossos peixes-boi em risco, é um problema ecológico de toda a costa”, alertou JP Brooker.

A Flórida financiou um programa de proteção e restauração de ervas marinhas e preservação de peixes-boi, mas para o sucesso do projeto é preciso tempo e paciência e os animais não sobreviverão. Há também o planejamento de oferecer alimentação suplementar para os peixes-boi, mas o impacto das mortes dos mamíferos já é uma ameaça para a sobrevivência da espécie.