Peixes de água doce podem ter graves alterações cerebrais devido às mudanças climáticas. Segundo dados de um novo estudo realizado por biólogos da Universidade de Glasgow, estes peixes terão cérebros maiores, mas terão sua capacidade de realizar tarefas simples reduzida e muito comprometida.
A pesquisa foi realizada a partir da análise de peixinhos do rio Kelvin, na Escócia. Estima-se que se a temperatura do planeta continuar aumentando, até o fim do século XXI, a fauna e a flora terrestre sofreram processos de extinção em massa e as espécies sobreviventes sofrerão alterações fisiológicas significativas.
O professor Shaun Killen, chefe do grupo de pesquisa que produziu o estudo, aponta que “esta pesquisa é o primeiro estudo real de como a fisiologia, estrutura cerebral e comportamentos dos peixes podem ser afetados pelo aquecimento de seus habitats. Nossas descobertas sugerem que interromper o delicado equilíbrio entre a fisiologia dos peixinhos e seu ambiente causa alguns efeitos colaterais inesperados”, disse.
O Dr. Libor Zavorka, um dos autores do artigo, esclarece os resultados: “É provável que a expansão do tecido cerebral não seja acompanhada por uma expansão da densidade neural; portanto, seus cérebros não oferecem nenhum benefício adicional por serem maiores. O tecido cerebral requer muita energia para manter, portanto é provável que o cérebro maior dos peixinhos atue apenas como um dreno de seus recursos”, afirmou.
E completa: “À medida que seus metabolismos aumentam para lidar com cérebros maiores e com o aumento da temperatura da água, eles precisam comer mais para abastecer seus corpos – mas se forem menos capazes de encontrar alimentos com eficiência, precisarão gastar mais energia procurando comida, finaliza Zavorka.
O estudo foi publicado no Journal of Experimental Biology.
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