As mudanças climáticas estão matando a vida selvagem em todo o planeta e destruindo habitats e ecossistemas. O tempo para mitigar os danos está se esgotando. Cientistas alertam que os efeitos do aquecimento global são muito piores do que geralmente se reconhece, e a menos que tomemos ações imediatas, drásticas e decisivas, nossa sobrevivência, assim como a dos animais e ecossistemas, está seriamente ameaçada. A importância dessa mudança climática não pode ser subestimada.
A crise climática
Nas últimas décadas, ecologistas têm observado mudanças significativas nas condições e distribuição da vida selvagem em todo o mundo. Essas mudanças estão ocorrendo em taxas sem precedentes, maiores do que o esperado para qualquer espécie. Condições climáticas extremas, elevação do nível do mar, secas, doenças e temperaturas mais altas, combinadas com a atividade humana, estão causando a diminuição, deslocamento, derretimento, incêndio ou desaparecimento completo de áreas selvagens. Animais estão sendo encurralados em espaços cada vez menores à medida que seus habitats naturais são destruídos, reduzindo rapidamente seus números e levando a um aumento nos conflitos entre humanos e vida selvagem. Os efeitos em cascata das mudanças climáticas são devastadores.
Aqui está o que estamos fazendo para ajudar a proteger habitats e evitar uma crise climática ainda pior.
A ASI está comprometida em fazer tudo o que podemos para reduzir os efeitos que a perda de habitat e as mudanças climáticas estão causando nos animais.
LESTE DA ÁFRICA
No norte do Quênia, a vida selvagem está sob constante e crescente pressão. A pior seca em décadas no país, atribuída às mudanças climáticas, tem devastado comunidades e exterminado a preciosa vida selvagem em grande quantidade. Espécies ameaçadas, como a girafa reticulada – estimada em apenas 6000 indivíduos – estão correndo rumo à extinção, morrendo de sede na paisagem queniana.
A crise da seca é agravada pelo fato de que, em áreas de vida selvagem, agricultores derrubam ilegalmente árvores florestais e as queimam para obter carvão vegetal, deixando para trás um habitat destruído e resultando em fome e morte para os animais selvagens. O efeito sobre os elefantes é especialmente preocupante. Uma vez que as florestas desaparecem, juntamente com sua comida, os elefantes se aproximam das áreas habitadas por humanos. Isso resulta em um aumento dos conflitos entre humanos e vida selvagem e aumenta a possibilidade de caça ilegal para o comércio de marfim.
No que diz respeito ao alívio da seca, estamos trabalhando com parceiros locais para instalar poços em algumas das áreas mais afetadas de forma crítica. Também enviamos caminhões de água para fornecer alívio aos animais selvagens que percorrem grandes distâncias apenas para encontrar poços secos e muitas vezes morrem nas margens. Com seu apoio, continuaremos nossos esforços no Quênia enquanto essa seca catastrófica persistir.
Para combater o desmatamento, uma solução eficaz a longo prazo é o “Operation Seedballs”, um projeto de reflorestamento em parceria com a Tamfeeds de Nairóbi. Seedballs são feitos usando pó de carvão vegetal modificado para criar uma camada protetora ao redor de uma semente. Os seedballs são então lançados de helicópteros em áreas desmatadas ao redor do Monte Sizwa, perto da capital Nairóbi, e em outras áreas não afetadas por secas extremas, imitando a forma como as sementes são naturalmente distribuídas pelos pássaros. Quando chove, o pó se dissolve e, esperançosamente, uma árvore cresce. Este projeto já é bem-sucedido e, com seu apoio contínuo, continuaremos a semear um futuro melhor para inúmeros animais ameaçados e em perigo.
ÁFRICA DO SUL
A seca está devastando a vida selvagem do Parque Nacional dos Elefantes de Addo, na província do Cabo Oriental. Em 2021, com o apoio de nossos doadores, conseguimos instalar seis bombas de água movidas a energia solar de última geração para manter os poços de água do acampamento principal do parque cheios.
A próxima fase do nosso projeto é instalar mais duas bombas para os poços de água na área de Darlington, no extremo norte do parque, para trazer alívio à família de 28 elefantes que transferimos para lá, a fim de reintroduzir elefantes em uma área onde estavam extintos há 150 anos. Esse projeto está em andamento, e continuamos a trabalhar em estreita colaboração com os especialistas em vida selvagem de Addo para ajudar a trazer alívio à vida selvagem que vive lá.
Também trabalhamos em estreita colaboração com as equipes de combate à caça furtiva de Addo, fornecendo equipamentos vitais, incluindo drones, alojamento para cães farejadores e dispositivos de rastreamento para elefantes.
Addo também abriga um importante local de reprodução de pinguins na Ilha dos Pássaros, na costa do Oceano Índico da África do Sul. Devido a mudanças nos padrões climáticos, a ilha tem sido afetada por condições climáticas intensas e implacáveis. Ajudamos a financiar o resgate e a reabilitação de filhotes de pinguim africano vulneráveis que foram abandonados por suas mães devido a condições climáticas extremas e escassez de alimentos.
Em outras áreas da província do Cabo Oriental, realocamos várias girafas, zebras e 50 gnus que corriam o risco de serem mortos por caçadores de troféus quando sua reserva de caça foi transformada em uma fazenda comercial. Com o apoio de nossos doadores, pudemos realizar essa delicada translocação em grande escala e transferir com sucesso os animais para uma reserva natural exuberante e expansiva no Cabo Ocidental no final de 2021.
Em 2022, arrecadamos fundos para realocar um grupo de girafas que vivia em um local totalmente inadequado na mesma província. Nosso plano era mover as girafas para um santuário com espaço e vegetação adequados. Enquanto nos preparávamos para movê-las, uma girafa recém-nascida veio ao mundo. O nascimento levou ao adiamento da realocação até que o filhote seja grande o suficiente para receber uma sedação leve, e todos os quatro animais possam ser movidos com segurança como uma família. As girafas estão quase prontas para serem transferidas para seu novo lar, onde poderão viver e prosperar entre os seus, em pradarias abertas que se estendem por colinas ondulantes. Enquanto isso, até que possam ser cuidadosamente movidas, precisamos do seu apoio contínuo para fornecer a esses animais comida essencial e cuidados veterinários em sua localização atual.
Também apoiamos a reabilitação de sete filhotes de coruja-das-torres encontrados sozinhos e famintos em um ninho na Baía de St Helena, na África do Sul. As corujas-das-torres não abandonam seus filhotes, portanto, é provável que o par reprodutor tenha encontrado seu fim como resultado direto ou indireto do avanço humano.
Por fim, ajudamos a financiar dois colares de rastreamento para um casal crítico de chitas no Parque Nacional da Montanha Zebra (MZNP). As chitas estão atualmente listadas como “Ameaçadas” e enfrentam múltiplas e crescentes ameaças à sua sobrevivência a cada ano: são caçadas furtivamente por suas peles; são vendidas no mercado de animais exóticos quando ainda filhotes; são mortas por caçadores de troféus e perdem seus habitats devido ao avanço humano. Os colares permitem o rastreamento das chitas e o monitoramento cuidadoso de sua saúde, para que tenham a melhor chance de se reproduzir.
GLOBALMENTE
Além dos nossos projetos atuais, apoiamos a pesquisa e aumentamos a conscientização sobre questões relacionadas a habitats e clima, para que as populações de animais em todo o mundo tenham uma chance de sobreviver. Também nos comprometemos a responsabilizar aqueles no poder por suas ações, denunciando quando discursos vazios e aplicação fraca falham em cumprir o trabalho. Nossos ativistas buscam constantemente mais formas de agir no terreno e causar um impacto significativo para os animais.
Mudar a maneira como vivemos é a única forma de parar de destruir habitats naturais e preservar a vida selvagem. Isso significa pressionar as autoridades para promulgar e aplicar legislação ambiental, recuperar áreas de habitat e devolvê-las à natureza para que a biodiversidade possa prosperar, proteger as áreas selvagens existentes e fazer escolhas conscientes sobre o que comemos e consumimos. Devemos reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis e continuar pressionando grandes corporações a reduzir suas emissões de carbono. E, em tudo o que fazemos, devemos considerar os animais e seus habitats, pois a sobrevivência deles depende de nós e a nossa, da deles.
Fonte: Animal Survival
