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DIFICULDADES

Mudanças climáticas criam desafios para santuários de primatas na África

14 de julho de 2024
Trinity Sparke
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Novos estudos destacam como as mudanças climáticas afetam os primatas selvagens e como os santuários que cuidam deles também estão sentindo os impactos de um mundo em aquecimento. Em toda a África, as mudanças nos padrões climáticos, incluindo tanto secas quanto inundações, estão criando desafios significativos para os santuários.

Em abril de 2024, chuvas acima da média fizeram o Rio Ewaso Nyiro, no Quênia, transbordar, inundando o Santuário de Chimpanzés Sweetwaters e afetando mais de duas dúzias de chimpanzés resgatados. Essa inundação danificou cercas e restringiu o acesso dos chimpanzés a recintos maiores, aumentando o risco de conflitos físicos e surtos de doenças. Os funcionários também tiveram dificuldades para acessar as áreas danificadas, e o transporte de alimentos e suprimentos tornou-se mais difícil.

Eventos climáticos extremos como esses estão se tornando mais comuns. O Dr. Stephen Ngulu, gerente do Sweetwaters, destaca como as chuvas sem precedentes causaram sérios danos à infraestrutura e limitaram os recursos. Da mesma forma, em Uganda, chuvas intensas inundaram o Santuário de Chimpanzés da Ilha Ngamba, forçando o fechamento das instalações para visitantes e afetando a renda tanto do santuário quanto dos esforços de conservação dos chimpanzés selvagens.

Já na Zâmbia, a preocupação principal é a seca. O Orfanato de Vida Selvagem Chimfunshi está enfrentando escassez de alimentos e água, dificultando o cuidado dos chimpanzés resgatados. As condições de seca também levaram ao aumento dos preços dos alimentos, tornando mais difícil para o santuário atender às suas necessidades. Peggy Motsch, a diretora executiva, observa que as comunidades locais enfrentam fome e pobreza, às vezes levando ao roubo de materiais, comprometendo tanto o santuário quanto a segurança dos chimpanzés.

O impacto humano também é significativo. A equipe do santuário luta para alimentar suas famílias e manter medidas sanitárias para prevenir doenças. Kaitlyn Bock, chefe de programas da Pan African Sanctuary Alliance (PASA), enfatiza que a escassez de água torna desafiador prevenir a transmissão de doenças como cólera, afetando tanto os animais quanto as pessoas que cuidam deles.

Apesar desses desafios, os santuários estão encontrando maneiras de se adaptar. Muitos estão implementando programas de conservação para restaurar habitats de primatas selvagens e mitigar as mudanças climáticas. Por exemplo, Sweetwaters tem um programa de plantio de árvores, e o Santuário Lola ya Bonobo na República Democrática do Congo gerencia uma grande área protegida que serve tanto como um local de reintegração de bonobos quanto como um sumidouro de carbono que estabiliza o clima.

Fonte: traduzido do One Green Planet

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