Por Marília Paixão (da Redação)
O urso polar foi encontrado num arquipélago norueguês próximo ao oceano ártico e seu estado era de apenas pele e ossos, motivo pelo qual se acredita que ele tenha morrido de fome.
Especialistas afirmam que o baixo nível de gelo no oceano, causado pela mudança climática, impossibilitou o urso de caçar, fazendo com que ele migrasse cerca de 240 km numa busca fracassada por comida. As informações são do Daily Mail.
Acredita-se que a mudança climática tenha reduzido o gelo na região ártica em quantidade recorde e que seja “sem dúvida alguma” o motivo pelo qual os ursos polares estão morrendo, de acordo com um especialista em vida selvagem.
O Dr Ian Stirling, da Polar Bears International, vem estudando os ursos polares da região nos últimos 40 anos.
Ele afirmou que a forma como o urso fora encontrado, deitado de barriga para baixo, aponta que ele estava bastante faminto e apenas soltou-se para o chão quando morreu. Também não havia gordura alguma no animal, que fora reduzido a pouco mais que pele e ossos.
Stirling afirma que a falta de gelo polar, o qual os ursos usam para caçar, tenha forçado o animal a seguir mais adiante em busca de comida.
Ele não teve sucesso em sua busca e morreu de fome. Pesquisadores do Norwegian Polar Institute disseram ter examinado o animal em questão em abril, quando ele estava “aparentemente saudável”.
Em julho, cientistas encontraram a carcaça do urso a cerca de 240 km de onde ele fora visto e levado para exames nos anos anteriores. Isso significa que ele tinha viajado uma distância considerável do lugar onde vivia em busca de comida.
Uma pesquisa publicada em maio revelou que a tamanho e a reprodução dos ursos polares estavam sendo diretamente afetados pelo fato de que o oceano está demorando mais para congelar e os animais tem que passar mais tempo na terra. Esse aumento de temperatura foi atribuído à mudança climática.
Acredita-se que haja apenas 20.000 a 25.000 ursos polares e que oito das 19 espécies estejam em extinção. Os ursos polares alimentam-se quase que exclusivamente de focas e leões marinhos e necessitam da camada de gelo no oceano para caçá-los.
Em 2012, o gelo no oceano ártico atingiu seu nível mais baixo já registrado e a quebra da camada de gelo na região aconteceu mais cedo este ano de que nos anos anteriores. Apesar dos efeitos consideráveis da mudança climática no nível de gelo, Douglas Richardson, do Highland Wildlife Park, afirmou que “esse urso polar é a prova final do impacto da mudança climática” e que a diminuição do gelo devido a tal mudança é “sem sombra de dúvida” a causa da diminuição da população de ursos polares.
Entretanto, Jeff Flocken, da International Fund for Animal Welfare, é relutante em atribuir o fato exclusivamente à mudança climática e culpa também a comercialização de partes de ursos polares no Canadá.