EnglishEspañolPortuguês

SECA

Mudanças climáticas aumentaram em 25% o número de dias seguidos sem chuva no Brasil

Além de mais dias consecutivos sem chuvas, número de dias com ondas de calor mais que quadruplicou nos últimos 30 anos, aponta estudo do INPE.

30 de setembro de 2024
ClimaInfo
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Brasil ficou mais seco nos últimos 60 anos e mais quente nas últimas 3 décadas devido às mudanças climáticas, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis. É o que mostra um levantamento do INPE, que comparou dados climáticos entre os períodos de 1961 a 1990 e de 1991 a 2020.

O número de dias seguidos sem chuva no país cresceu 25% em 60 anos, passando de 80 para 100 dias, em média, informam g1 e Poder 360. E a maior parte desse aumento se deu nos últimos 30 anos, com o acréscimo de 15 dos 20 dias adicionados à média, detalha o Estadão.

“Esse aumento progressivo é um indicador claro de que as mudanças climáticas já impactam significativamente o clima no Brasil. Na área central do país essa situação é ainda mais crítica, pois o aumento dos dias secos, combinado com o aumento das temperaturas cria um cenário de estresse hídrico elevado, o que impacta diretamente as comunidades rurais, a produção de alimentos e a gestão dos recursos naturais”, explicou Lincoln Alves, pesquisador do INPE responsável pelo estudo.

A pesquisa destaca que as regiões Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste são as mais atingidas pela seca prolongada, evidenciando uma mudança nos padrões climáticos. Estados como Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Bahia, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo concentram os índices mais críticos de estiagem.

Nos últimos anos, as precipitações caíram em uma média de 10% a 40% nos Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, contribuindo para a severa seca deste ano. Por outro lado, o Sul e parte de São Paulo e Mato Grosso do Sul apresentaram um aumento de 10% a 30% nas chuvas, o que explica as grandes enchentes de maio no Rio Grande do Sul. Essa distribuição irregular das precipitações, combinada com outros fatores, intensificou os incêndios florestais em mais de 60% do território nacional nos últimos meses.

O número de ondas de calor também registrou um crescimento significativo, destaca a Revista Fórum. Elas passaram de 7 para 32 ocorrências, com base na análise dos dados do período entre 1961 e 2020. Além disso, dados relativos a outras pesquisas do INPE para entender os efeitos do “novo anormal climático” no Brasil já apontaram um aumento da temperatura em até 3°C em algumas regiões do país.

“O estudo mostra que o país está sofrendo com as mudanças do clima e não são uma sentença, mas um sinal de alerta que nos mostra a direção que devemos agir. Precisamos diminuir a emissão de gases [de efeito estufa], que o Brasil tem uma contribuição significativa, e precisamos pensar em mitigação. Em como o poder público vai agir para minimizar os impactos”, frisou Alves.

Fonte: ClimaInfo

    Você viu?

    Ir para o topo