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SOBREVIVÊNCIA

Mudanças climáticas aumentam risco de morte de aves migratórias no inverno

A taxa de reprodução de espécies como o gavião Kirtland e o gavião azul de garganta preta é influenciada pela alteração do habitat, de acordo com estudo

7 de outubro de 2024
Redação Galileu
3 min. de leitura
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Foto: Nathan W. Cooper

Uma pesquisa recente conduzida pelo Smithsonian’s National Zoo and Conservation Biology Institute (NZCBI) revela que as condições ambientais nos habitats de inverno das aves migratórias, especialmente as influenciadas pelas mudanças climáticas, têm um impacto significativo na sobrevivência durante a migração e a reprodução. O estudo, publicado na revista Current Biology, destaca a relação direta entre invernos secos e a taxa de sobrevivência dos gaviões Kirtland e dos gaviões azuis de garganta preta.

Os pesquisadores descobriram que a diminuição das chuvas e a produtividade vegetativa reduzida nos habitats não reprodutivos do Caribe resultam em menos aves sobrevivendo à migração da primavera. Eles destacam o gavião Kirtland, que acaba tendo as chances de reprodução reduzidas em invernos mais secos.

“Se a qualidade do habitat de inverno continuar a se degradar ao longo dos próximos 50 anos devido às mudanças climáticas, isso reduzirá a capacidade das aves de sobreviverem à migração da primavera”, afirmou Nathan Cooper, autor principal do estudo e ecólogo de pesquisa no NZCBI, em comunicado.

A equipe analisou três anos de dados de rastreamento por rádio de 136 gaviões Kirtland para estimar suas taxas de sobrevivência durante a migração e a relação com fatores ambientais. Com a previsão de um Caribe mais seco nas próximas décadas, as aves migratórias enfrentam desafios crescentes. À medida que as populações de aves continuam a declinar, entender os fatores que influenciam sua sobrevivência ao longo do ano se torna cada vez mais crucial. Os pesquisadores destacam a necessidade de identificar quando e onde as aves estão sob ameaça para implementar medidas de conservação eficazes.

Cooper enfatiza a importância de uma abordagem holística para proteger as espécies migratórias, reconhecendo que as mortes durante a migração podem não ser a única fonte de mortalidade. A equipe recebeu um financiamento de quatro anos do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA para construir modelos populacionais que ajudarão a entender melhor a relação entre os perigos da migração e a sobrevivência das aves, o que pode ser útil para a conservação de outras espécies migratórias em declínio.

Com a combinação de métodos de rastreamento e análise de dados, os pesquisadores esperam identificar soluções para proteger as aves migratórias em um mundo em mudança, onde as condições climáticas estão se tornando cada vez mais desafiadoras.

Fonte: Um Só Planeta

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