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CRISE CLIMÁTICA

Mudança do clima: qual é o extremo da consequência climática para humanos?

Com novos conflitos a partir da mudança do clima, há potencial de aumento da desigualdade, desinformação e de riscos políticos a governos democráticos

7 de agosto de 2022
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Aumento da temperatura causou queimadas em Portugal. Foto: Horacio Villalobos | Colaborador | Getty Images

O alarmismo na divulgação de informações sobre o aquecimento global é criticado como estratégia para engajar a sociedade. O pessimismo que ronda as previsões sobre perdas de vidas, desaparecimento de cidades e nações e extinções de espécies pode levar a uma inércia diante da falta de esperança para resolver o problema, ou até a distúrbios psíquicos, como o fenômeno conhecido como eco ansiedade.

No entanto, um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, publicou um estudo no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, a PNAS, sobre a falta de informações para entender os mecanismos pelos quais o aumento das temperaturas pode representar um risco catastrófico para a sociedade e a humanidade. No artigo científico, os autores lançam a pergunta: é possível que as mudanças climáticas antropogênicas resultem em um colapso social mundial ou até mesmo em uma eventual extinção humana?

Entre os motivos para a falta de divulgação sobre esse tema, os pesquisadores citaram “a cultura da ciência climática de ‘errar do lado do menor drama’, de não ser alarmista”. Ao mesmo tempo, por mais que os autores reconheçam que a cautela é compreensível, eles defendem que a postura não condiz com os riscos e possíveis danos causados pelas mudanças climáticas.

“A pandemia de Covid-19 sublinhou a necessidade de considerar e se preparar para riscos globais pouco frequentes e de alto impacto e os perigos sistêmicos que eles podem desencadear. O gerenciamento de risco prudente exige que avaliemos minuciosamente os piores cenários”, dizem no estudo.

De acordo com o autor principal do artigo e pesquisador do Centro de Estudos para Riscos Existenciais de Cambridge, Luke Kemp, há várias razões para acreditar que as mudanças climáticas serão catastróficas. “A mudança climática desempenhou um papel em todos os eventos de extinção em massa. Ajudou a derrubar impérios e moldou a história. Até o mundo moderno parece adaptado a um nicho climático específico”, disse Kemp.

O artigo destaca quatro áreas principais a serem analisadas: fome e desnutrição, clima extremo, conflito e doenças transmitidas por vetores. As alterações nos padrões climáticos e os efeitos na produção de alimentos são efeitos que já afetam grandes produtores de alimentos, como o Brasil.

Além disso, o aumento da temperatura e a maior frequência de eventos extremos podem estimular novos surtos de doenças, motivados também pela expansão de cidades e destruição do habitat da vida selvagem. Com novos conflitos a partir da mudança do clima, há potencial de aumento da desigualdade, desinformação e de riscos políticos a governos democráticos.

Parte dessa divulgação científica deveria ser feita pelo próprio IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, defendem os autores. Eles acreditam que um relatório especial sobre as consequências catastróficas poderia incentivar mais estudos sobre o tema.

“Enfrentar um futuro de aceleração das mudanças climáticas, permanecendo cego para os piores cenários, é uma gestão de risco ingênua na melhor das hipóteses e fatalmente tola na pior”, disse Kemp.

Gatinho sobrevivente se esconde em rochas na Floresta Nacional de Klamath, a noroeste de Yreka, Califórnia, em 31/07/2022. Foto: David Mcnew | AFP

 

Avião sobrevoa região de incêndio florestal próximo à cidade de Massarosa, região da Toscana, centro da Itália, em 20/06/2022. Foto: Federico Scoppa | AFP

 

Vista aérea mostra campos de oliveiras queimados durante um incêndio florestal em Megara, `a oeste de Atenas, em 20/07/2022. Foto: Aris Oikonomou | AFP

 

Bombeiros tentam dominar um incêndio florestal próximo à vila de Tabara, região de Zamora, norte da Espanha, em 18/07/2022. Foto: Miguel Riopa | AFP

 

Bombeiro no combate `a incêndio, próximo de Mariposa, Califórnia, em 24/07/2022. Foto: David Mcnew | AFP

 

Voluntários ajudam a dominar um incêndio florestal que eclodiu no distrito de Datáa, em Mugla, Turquia, em 13/07/2022. Foto: Adem Altan | AFP

 

Uma aeronave de combate a incêndios Bombardier Dash 8-Q400MR da Segurança Civil lança um retardante de fogo sobre um incêndio florestal na região de Gignac, no sul da França, em 26/07/2022. Foto: Sylvain Thomas | AFP

 

O Air Tanker 162 faz uma queda retardadora de fogo no Oak Fire perto de Mariposa, Califórnia, em 24/07/2022. Foto: David Mcnew | AFP

 

Queimadas nas proximidades do Rio Klamath durante o McKinney Fire na Klamath National Forest, a noroeste de Yreka, Califórnia, em 31/07/2022. Foto: David Mcnew | AFP

 

Bombeiros combatem um incêncio florestal na Aldeia Nova, Ourém, Portugal, 01/08/2022. Foto: Paulo Cunha | EFE

 

Uma aeronave De Havilland Canada Dash 8-400 MR lança água sobre um incêndio florestal em Monts d’Arree, região de Brennilis, na Bretanha, em 20/07/2022. Foto: loic Venance | AFP

 

Caminhões de bombeiros queimando durante um incêndio florestal no Mont d’Arrees, nos arredores de Brasparts, oeste da França, em 19/07/2022. Foto: Loic  Venance | AFP

 

Bombeiros realizam operações de combate ao incêncio florestal na entrada sul do Parque Nacional de Yosemite, Califórnia, em 11/07/2022. Foto: Yosemite Park | AFP

 

Queimadas nas proximidades do Rio Klamath durante o McKinney Fire na Klamath National Forest, a noroeste de Yreka, Califórnia, em 31/07/2022. Foto: David Mcnew | AFP

 

A aeronave de combate `a incêndios francesa Securite Civile Canadair CL-415 lança água sobre florestas em chamas na região de Gignac, sul da França, em 26/07/2022. Foto: Sylvain Thomas | AFP

 

Residência e `arvores queimadas na região de Landiras, sudoeste da França, em 29/07/2022. Foto: Thibaud Moritz | AFP

 

Bombeiro tenta dominar  incêndio florestal na estrada N120,  em A Cañiza, Espanha, 31/07/2022. Foto: Sxenick | EFE

 

Foto aérea mostra uma área florestal queimada após incêndios florestais ao lado da Dune du Pilat, a duna de areia mais alta da Europa, região de La Teste-de-Buch, sudoeste da França, em 29/07/2022. Foto: Thibaud Moritz | AFP

 

Vista aérea mostra casas nas encostas destruídas pelo incêndio florestal, em Laguna Niguel, Califórnia, 17/06/2022. Foto: Mario Tama | Getty Images | AFP

 

Vista aérea mostra casas nas encostas destruídas pelo incêndio florestal, em Laguna Niguel, Califórnia, 17/06/2022. Foto: Mario Tama | Getty Images | AFP

Fonte: Veja

 

 

 

 

 

 

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