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MEIO AMBIENTE

Mudança climática se aproxima de 'caminho sem volta', disse a primatologista Jane Goodall

Goodall disse que seu despertar ambiental ocorreu nos anos 1980, enquanto trabalhava na Mongólia, onde percebeu que as encostas tinham perdido a cobertura florestal

1 de outubro de 2022
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Foto: Ilustração | Pexels

“Estamos literalmente nos aproximando de um “caminho sem volta”, afirmou a britânica em entrevista à AFP.

“Veja o que está ocorrendo no mundo com a mudança climática. É aterrorizante. Somos parte da natureza e dependemos de ecossistemas saudáveis”, afirmou.

Goodall, de 88 anos, é conhecida por seu trabalho pioneiro de seis décadas na Tanzânia, onde estudou chimpanzés e encontrou comportamentos “similares aos humanos”, entre eles, a propensão à guerra e a capacidade de demonstrar emoções.

A ativista é também uma escritora prolífica e já foi retratada em vários filmes. Também foi imortalizada com uma boneca Barbie e um personagem Lego.

Goodall disse que seu despertar ambiental ocorreu nos anos 1980, enquanto trabalhava na Mongólia, onde percebeu que as encostas tinham perdido a cobertura florestal.

“Os motivos pelos quais as pessoas estão cortando as árvores é para liberar mais terra, para cultivar alimentos à medida que suas famílias crescem e também para lucrar com produtos como carvão e madeira”, disse.

“Se não ajudarmos essas pessoas a se sustentar sem destruir o meio ambiente, não poderemos salvar os chimpanzés, as florestas e todo o resto”.

Goodall reconhece melhorias nas últimas décadas, mas apelou para uma ação mais rápida.

“Sabemos o que deveríamos estar fazendo. Temos as ferramentas, mas esbarramos com esta lógica de lucro a curto prazo em detrimento da proteção ao meio ambiente para o futuro”, disse.

“Não pretendo ser capaz de resolver os problemas decorrente disso porque são muitos”, comentou Goodall. “Mas se observarmos a alternativa, que é continuar destruindo o meio ambiente, estamos condenados”.

A pesquisadora falou em paralelo à cerimônia que a condecorou com o Prêmio Templeton, em Los Angeles.

Esse reconhecimento, no valor de 1,3 milhão de dólares, é concedido anualmente a pessoas que usam sem conhecimento científico para explorar as incertezas que confrontam a humanidade.

O montante foi destinado ao Instituto Jane Goodall, uma organização dedicada à conservação global da vida selvagem e do meio ambiente com programas para a juventude em 66 países.

“A mensagem principal do programa é que cada um de nós causa um impacto no planeta diariamente, e somo nós quem decidimos qual será esse impacto”, disse Goodall.

“Essa é minha maior esperança”.

Fonte: Uol

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