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IMPACTO

Mudança climática e ação humana propagam bactérias patogênicas

Pesquisa publicada na revista Science Advances alerta para o aumento global de microrganismos resistentes e perigosos devido ao aquecimento global e ações antropogênicas

6 de abril de 2025
2 min. de leitura
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Um estudo publicado na revista Science Advances, intitulado “Anthropogenic activity and climate change exacerbate the spread of pathogenic bacteria in the environment”, revela que as mudanças climáticas e a interferência humana no meio ambiente estão acelerando a propagação de bactérias patogênicas, aumentando riscos à saúde pública e aos ecossistemas.

A pesquisa, disponível aqui, destaca como o aumento das temperaturas, a poluição e as alterações no uso da terra criam condições ideais para a proliferação desses microrganismos.

Dados e metodologia

Os pesquisadores analisaram dados globais de microbiomas ambientais, combinando informações climáticas, registros de uso do solo e padrões de resistência bacteriana.

Utilizando modelos computacionais, a equipe identificou correlações entre o aumento da temperatura média do planeta, a contaminação de solos e águas por atividades industriais e agrícolas, e a maior presença de patógenos como Escherichia coliSalmonella e Vibrio cholerae.

Entre as principais descobertas estão:

  • Aquecimento global: O aumento das temperaturas favorece a sobrevivência e reprodução de bactérias em regiões antes inóspitas, como áreas temperadas e polares.
  • Poluição e desmatamento: Desmatamento de florestas, resíduos de antibióticos, metais pesados e despejo de esgoto em rios e oceanos estimulam a resistência microbiana.
  • Mudanças no uso da terra: Urbanização e agricultura intensiva alteram ecossistemas, facilitando o contato entre humanos e patógenos.

Conclusões e alertas

O estudo conclui que, sem políticas urgentes para reduzir emissões de gases de efeito estufa e regular o uso de antibióticos e poluentes, a disseminação de bactérias resistentes e doenças infecciosas pode se tornar incontrolável. Os autores defendem:

  • Monitoramento global de microrganismos em ecossistemas vulneráveis.
  • Regulação mais rígida sobre descarte de resíduos farmacêuticos e industriais.
  • Investimento em saneamento básico para reduzir contaminações em regiões pobres.

“Estamos criando um ambiente cada vez mais hostil, não só para nós, mas para todos os seres vivos. A saúde do planeta e a humana estão intrinsecamente ligadas”, afirma um dos autores.

A pesquisa serve como um alerta para governos e sociedade: combater as mudanças climáticas e repensar a relação com a natureza são passos essenciais para evitar futuras pandemias.

Fonte: EcoDebate

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