O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Rondônia (MP-RO) pediram ao Conselho de Medicina Veterinária de Rondônia (CRMV-RO) que seja arquivada a denúncia feita contra uma veterinária que realiza castrações gratuitas de cachorros e gatos em Porto Velho.
O CRMV recebeu uma denúncia na qual a veterinária é acusada de cometer “falta disciplinar” por realizar trabalho voluntário em prol de animais abandonados, ação social que, ainda segundo o denunciante, “desvaloriza a classe veterinária”.
Ao analisar o caso, o MPF e o MP-RO chegaram à conclusão que não há dolo ou culpa na acusação e que, por isso, ela deve ser arquivada. Em apoio ao trabalho realizado pela profissional, os órgãos pedem que outros veterinários se sensibilizem com a causa e também comecem a fazer ações voluntárias.
Ao ser questionado sobre o caso, Conselho de Medicina Veterinária de Rondônia disse que tomou conhecimento do fato na última quinta-feira (8) e iniciou discussões a respeito no dia seguinte durante a Sessão Plenária realizada pela diretoria, com a participação de conselheiros da entidade. As medidas a serem tomadas ainda são estudadas.
Mutirões de castração
Para combater o aumento populacional de animais em situação de rua e controlar casos de proliferação de zoonoses, mutirões de castração são realizados em uma parceria entre a Prefeitura de Porto Velho e protetores de animais independentes.
Supervisionados pelos MPs, os mutirões têm como alvo a esterilização de animais sem tutores ou daqueles que são tutelados por pessoas que não dispõem de recursos financeiros para arcar com os valores de uma castração em clínica particular.
Ações como essa têm se tornado cada vez mais necessárias, especialmente quando se analisa o aumento no número de animais abandonados em Rondônia durante a pandemia de coronavírus. O ranking desses crimes é liderado pela capital do estado.
Em 2019, apenas quatro denúncias de abandono de animais foram registradas em Porto Velho. Em 2020, foram 97. No estado com um todo, registrou-se 113 ocorrências ano passado, ante 23 em 2019. E os casos só aumentam. Até maio deste ano, já foram registrados 50 novos abandonos, 40 em Porto Velho. Os dados são da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes contra Meio Ambiente (DERCCMA).