O Ministério Público Federal arquivou o inquérito que investigava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um caso de importunação de uma baleia-jubarte no litoral de São Paulo durante um passeio de moto aquática.
Ex-presidente realizou o passeio no dia 10 de junho de 2023, em São Sebastião. A procuradora da República Maria Rezende Capucci determinou o arquivamento “sem prejuízo de sua retomada caso surjam novas provas sobre os fatos”.
Advogado que representa Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno comentou a decisão nas redes sociais. “A eminente procuradora da República, subscritora do parecer, acolheu […] as razões que articulamos como linha de defesa durante as diligências da Polícia Federal”, afirmou.
“Absurdo daquela apuração e a mobilização da máquina estatal na direção de um episódio nitidamente sem qualquer repercussão jurídica, mas que, no entretanto, foi amplamente explorado pelo ambiente político.”
Investigações tiveram início a partir de vídeos publicados em redes sociais. Neles, Bolsonaro aparece, segundo a investigação, pilotando uma moto aquática, tendo se aproximado a menos de 15 metros de uma baleia jubarte no Canal de São Sebastião.
PF concluiu inquérito e não indiciou Bolsonaro
Em março do ano passado, a PF concluiu o inquérito e decidiu não indiciar o ex-presidente. Então assessor e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten também não foi indiciado à época.
Imagens foram analisadas e deram origem a um processo administrativo instaurado pelo Ibama. O documento descreve o vídeo publicado nas redes sociais como um material de 34 segundos que exibe a aproximação da moto aquática com o motor ligado próxima ao animal —que estaria batendo com o peito e a cauda na água, conforme descrição feita pelo órgão. O documento relata ainda que Bolsonaro gravava um vídeo no celular ao mesmo tempo em que pilotava a embarcação.
À PF, Bolsonaro afirmou à época que avistou embarcações paradas ao ver a baleia e que, “depois de algum tempo”, o animal “emergiu pouco à frente da moto aquática”. O ex-presidente disse ainda que o veículo estava com o motor em ponto morto. Bolsonaro disse ainda que recorda “ter adotado a precaução de não cruzar a linha de deslocamento do animal, muito menos se aproximar do mesmo para evitar uma situação de risco”.
Fabio Wajngarten também foi ouvido pela PF. Em depoimento, ele afirmou que, “enquanto esteve no local do avistamento da baleia, não percebeu qualquer embarcação próxima o suficiente para importunar ou de qualquer forma molestar o animal; que jamais teve a intenção de molestar, importunar, machucar, perturbar, ou, de qualquer forma, prejudicar o animal.”
Bolsonaro passou o feriado de Corpus Christi naquela região em 2023. Na ocasião, ele se encontrou com o vereador Wagner Teixeira, que foi multado pelo Ibama por “desrespeito às regras de observação de baleias”.
O ex-presidente e apoiadores utilizaram o caso para reforçar a narrativa de perseguição e ironizar a situação. Em novembro do ano passado, Bolsonaro chegou a fazer uma fala gordofóbica e comparou o então ministro da Justiça, Flávio Dino, a uma baleia.
Fonte: UOL