O Ministério Público do Acre (MP-AC) está com pontos de coletas para ajudar o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), que fica nas proximidades do Parque Ambiental Chico Mendes, em Rio Branco, na assistência a mais de 100 animais resgatados em áreas de queimadas.
O Cetas precisa de lençóis e toalhas (novos ou usados), mamadeiras, bichinhos de pelúcia (novos ou usados), jornais, tapetes higiênicos, dentre outros itens, para usar no tratamento e acolhimento aos animais.
O ponto de coletas do MP-AC fica:
“A iniciativa soma-se à campanha desenvolvida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Ibama e a Universidade Federal do Acre (Ufac), que também está recebendo doações em diversos pontos do estado”, diz o MP-AC.
Os demais pontos de coletas são:
📍Em Rio Branco
Sede da Sema: Rua Benjamin Constant, nº 856, Centro.
Sede do Ibama: Rua Veterano Manuel de Barros, nº 320, Jardim Nazle, Abraão Alab.
Coordenação do curso de Medicina Veterinária da Ufac: BR-364, Km 4, Distrito Industrial.
📍Interior do estado
Nas Unidades Técnicas do Ibama em Brasileia e Cruzeiro do Sul.
Cruzeiro do Sul: Rua Jaminauas, 1556, Centro.
Brasileia: Avenida Geny Assis, nº 259, Centro.
Até esta terça-feira (1º) o Cetas já recebeu 107 animais que foram resgatados em áreas de queimadas neste ano. Desse número, três não resistiram, sendo um tatu, uma mucura e uma jiboia.
A maior parte chega ferido, outros buscavam abrigo. Em alguns casos, os animais que sobrevivem demoram mais de um ano para se reabilitar e serem devolvidos a natureza.
“Uma servidora do MP-AC me mandou mensagem e disse que estão fazendo uma campanha entre os servidores para arrecadação para entrega do Cetas. Foi bacana que quiseram colocar um ponto de arrecadação, facilita bastante. A união faz a força e a gente agradece”, disse a chefe da unidade, Elaine Oliveira.
Em praticamente todas as ocorrências de queimadas, os brigadistas encontram animais próximos das chamas, em perigo, ou mortos. Em alguns cenários, os animais fogem até para áreas urbanas e casas de moradores.
Neste caso, a orientação é ligar para o Corpo de Bombeiros para a captura adequada. Além do fogo, os rios e igarapés secos fazem alguns bichos procurarem outro abrigo. Em um dos casos, um jacaré chegou ao Cetas sem ferimentos. Ele procurava refúgio após o local que ficava ter secado. A situação foi semelhante com de uma jiboia. Ambos serão encaminhados para regiões monitoradas pelo Ibama.
Doação de pelúcias
🧸 Para minimizar os problemas, o Ibama lançou uma campanha denominada “SOS Fauna”. A iniciativa tem como objetivo arrecadar bichinhos de pelúcia para ajudar na adaptação dos animais que ficaram órfãos e precisam ter a sensação de que continuam com a mãe.
“O item bicho de pelúcia para a gente é muito difícil fazer aquisição como instituição pública. Então, a gente está solicitando a colaboração da população em geral, as crianças que veem as imagens dos filhotes sem suas mães, eles são os órfãos do fogo, que a população possa ajudar a gente na doação. Pode ser bichinho usado, se tiver rasgado a gente conserta. O importante é ter esses bichos de pelúcia pra que esses filhotes tenham esse conforto para poder agarrar no bichinho simulando a mãe”, acrescenta Elaine.
Animais feridos durante queimadas
As queimadas no Acre deixam muitas vítimas todos os dias. Além da floresta e das pessoas afetadas com a fumaça e demais problemas respiratórios, os animais sofrem com o fogo e em todo o estado. De janeiro até setembro, de 400 animais de todas as espécies resgatados pelo Corpo de Bombeiros do Acre, pelo menos 30 foram localizados carbonizados, feridos ou em fuga por conta dos incêndios florestais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), de janeiro até o dia 18 de setembro já foram atendidas 4.787 ocorrências de queimadas, contra 3.117 no mesmo período do ano passado. Esse ano também foram registrados mais de 5 mil focos de calor.
A Operação Fogo Controlado possui 115 militares atuando nessa frente de serviço, em 16 bases operacionais. O capitão Freitas Filho, coordenador da operação, comenta que nesses cenários onde os incêndios estão acontecendo, a fauna amazônica é diretamente afetada. É comum, por exemplo, serpentes e roedores se refugiarem em ambientes urbanos por conta dos incêndios.
“O trabalho do Corpo de Bombeiros é resgatar esses animais e levar para um local seguro. Se estiverem feridos ou não tiver local seguro, em que não há um local para que eles permaneçam, eles são levados para o Cetas, que é do Ibama, que faz a triagem e tratamento desses animais e depois os leva para um local seguro de acordo com um estudo técnico”, afirmou.
🚨 Em alguns casos, os animais buscam abrigo até em casas que estão próximas de alguma região de floresta. Por esse motivo, o CBMAC orienta os moradores que não maltratem o animal e liguem para o 193, para que os militares façam o resgate adequado e deem a destinação correta para cada espécie.
“É comum nessa época, especialmente serpentes e roedores, justamente porque eles já estão em situação de desespero. Eles já estão afetados em seu habitat por conta dos incêndios. Então naturalmente eles buscam a cidade como local seguro e a residência das pessoas”, explicou o capitão.
O Corpo de Bombeiros, o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fazem a captura e a proteção desses animais.
Fonte: G1