EnglishEspañolPortuguês

DANO AMBIENTAL

MP investiga remoção de 340 árvores para construção de prédio no Rio de Janeiro

Moradores do bairro realizaram uma manifestação na região e levaram o caso ao Ministério Público. Eles alegam que a remoção das árvores prejudica os animais silvestres que viviam na região e os moradores, que sofrem com alagamento

10 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga possíveis irregularidades na remoção de 340 árvores em um terreno na Tijuca. A derrubada da vegetação foi realizada para construir um prédio residencial na Rua Hélion Póvoa, 107. Um inquérito civil foi instaurado para avaliar se a obra representa risco de impacto ambiental relevante.

Após a abertura do inquérito, a 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural da Capital oficiou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro para solicitar mais informações.

Moradores do bairro realizaram uma manifestação na região e levaram o caso ao Ministério Público. Eles alegam que a remoção das árvores prejudica os animais silvestres que viviam na região e os moradores, que sofrem com alagamentos. Os manifestantes afirmaram ainda que a obra é irregular porque o terreno integra uma região com uma construção tombada pelo município, o Colégio Batista Shepard.

O edifício é projetado pela imobiliária Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário. A remoção das árvores foi iniciada na semana passada com autorização da prefeitura em um terreno de 10 mil metros quadrados, vizinho do Parque Nacional da Tijuca, que abriga diversas espécies da fauna e da flora. O prédio que será construído terá 240 apartamentos e está sendo projetado pela imobiliária Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário.

Ao ser questionado sobre o caso, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) informou que a área desmatada nunca foi tombada, mas como está localizada nas proximidades de uma escola tombada, a construtora precisa de autorização para remover as árvores e executar a obra. O pedido, segundo o IRPH, foi feito e, após análise, recebeu autorização do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural. A SMAC também aprovou o pedido e exigiu medida compensatória de plantio de 2.085 árvores. E, segundo a imobiliária, um convite foi feito ao Colégio Batista Shepard para que os alunos participem do plantio como forma de promover educação ambiental.

A SMAC exigiu ainda que a Biovert, empresa responsável pela operação, realize a busca ativa de ninhos de pássaros, e caso os encontrasse, a retirada das árvores poderia ser suspensa. Além disso, fica proibido exterminar colmeias.

A empresa afirma que biólogos fizeram a busca por ninhos e sinalizaram as árvores com fita zebrada para indicar a proibição do corte. Moradores da região, no entanto, negam que isso tenha sido realizado. Em relação aos demais animais, como macacos e tucanos, a Biovert alega que eles são capazes de se deslocar para outros locais.

Você viu?

Ir para o topo