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Motorista responderá a processo por atropelar galinhas em São Valentim (RS)

20 de outubro de 2010
2 min. de leitura
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Por atropelar duas galinhas, um caminhoneiro terá de responder à Justiça. O caso ocorreu em São Valentim, no norte do RS, na sexta-feira passada, e foi encaminhado ontem ao Fórum.

O crime poderia ter passado despercebido, não fosse o testemunho de uma promotora de Justiça, que atua na área ambiental. Karina Albuquerque Denicol viajava de Erechim para São Valentim, pela rodovia que liga os dois municípios (RST-480), quando, após ultrapassar um caminhão, assistiu pelo retrovisor ao atropelamento das galinhas. Com a certeza de que o fato poderia ter sido evitado, pois mesmo sendo no asfalto, o veículo não andava em alta velocidade, a promotora acionou a Brigada Militar.

Mal entrou em São Valentim, o caminhoneiro Alexandre Ribeiro do Prado, 24 anos, que transportava 12 mil quilos de carne suína em um caminhão frigorífico – modelo Truck, medindo 10,5 metros e com 4,2 metros de altura – foi detido pelos policiais:

“Eu cheguei e lá estava ela com a polícia. Complicou porque eu tinha atropelado as galinhas, mas o caminhão estava carregado, e eu não podia parar de vereda, senão iria tombar, podendo morrer ou matar alguém.”

Comunicado de que seria processado pelo atropelamento, caracterizado como crueldade contra animais, previsto na Lei de Contravenções Penais, Prado ligou para o patrão, em Chapecó, pedindo socorro.

“Eu nem acreditei. Vou pagar a despesa do advogado e vou até o fim com este processo”, disse o gerente da transportadora, Eloi Moretto.

O Termo Circunstanciado lavrado na hora chegou ontem ao Fórum de São Valentim. São 16 páginas narrando o fato, com fotografias tiradas pela BM. O documento foi enviado para o Ministério Público, e a promotora Karina, antes testemunha do fato, deve decidir agora se denuncia ou não o motorista:

“Parece ridículo porque são galinhas, mas como promotora ambiental acho que qualquer vida tem que ser preservada. Ficou evidente que ele poderia ter parado e não fez.”

Uma audiência foi marcada para 3 de novembro, e a promotora pretende oferecer o benefício da transação penal ao motorista, pois ele não tem antecedentes criminais. Com o pagamento de um salário mínimo, a ser doado a uma instituição de proteção ao ambiente, Prado pode se livrar do processo.

Fonte: Zero Hora

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