A Polícia Civil de Caxias do Sul conclui nessa semana o inquérito sobre o caso do cão que foi arrastado por um carro, no bairro Forqueta, em agosto desse ano. A investigação, encaminhada ao Poder Judiciário, indicia o motorista do carro e tutor do animal por maus-tratos.
O caso aconteceu no dia 30 de agosto desse ano. Imagens de câmeras de segurança de uma residência na Rua Gilberto Maschio, no bairro Forqueta, flagraram o momento em que um veículo aparece arrastando um cão, preso por uma corda.
Moradores da região alegaram que o motorista só percebeu que o animal estava sendo arrastado quando foi informado por outra pessoa. Após ter sido avisado da situação é que o motorista para o veículo, desprendendo o cão e novamente entre no carro, deixando o local sem prestar atendimento.
O animal morreu um dia após o episódio, em uma clínica veterinária do bairro Jardim América, em Caxias do Sul.
Conforme o delegado Edinei Albarello, durante a análise das imagens de câmeras de segurança da casa do suspeito, a polícia entendeu que o animal se prendeu ao veículo de forma acidental. A tese de um acidente já havia sido levantada pela defesa do suspeito.
“O motorista não percebeu e não teve nenhum tipo de culpa/responsabilidade pelo incidente”, comenta o delegado.
No entanto, a polícia entende que crime de maus-tratos acontece quando o motorista e tutor é informado que o cão está preso e não para o carro e quando deixa o animal no local.
“Ao tomar conhecimento, através de outro motorista, de que o cão estava sendo arrastado, o motorista arrasta o animal até a calçada e sai do local com o veículo, deixando o cão “abandonado”, sem buscar assistência médico-veterinária. Essa atitude caracteriza o crime de maus-tratos”, explica o delegado.
O que diz a defesa
Conforme o advogado Ângelo Boff, o homem era tutor do animal há 14 anos. O advogado alega que o suspeito é um homem “de certa idade” e não reconheceu o próprio animal no momento, mas que a família prestou socorro ao cão.
Nas imagens de câmera de segurança da casa do suspeito, uma pessoa aparece logo após o veículo sair da cena. A pessoa em questão é a esposa do suspeito, que vê o momento em que o animal é arrastado pelo carro.
“Ele ficou perplexo e acabou saindo do local. Por sorte, a esposa conseguiu carona com um vizinho. Ao chegar no local, ela resgatou o cão e o levou para uma clínica veterinária. Mas infelizmente, a recomendação foi a morte induzida. A família pagou pelos gastos. Foi uma fatalidade”, declara o advogado.
Sobre o indiciamento, o Boff informou que a família não irá se pronunciar e que as manifestações sobre o caso serão feitas nos autos do processo.
Fonte: GZH