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AQUECIMENTO GLOBAL

Mortes, secas e queimadas: Verão começa no Hemisfério Norte com onda de calor intensa e alerta de recorde de altas temperaturas

Nos EUA, 100 mil pessoas estão sob alerta de risco, especialmente no nordeste do país

23 de junho de 2024
Redação O Globo
5 min. de leitura
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Pessoas caminham ao longo da Ponte do Brooklyn em meio a uma onda de calor na cidade de Nova York. — Foto: Michael M. Santiago/Getty Images/AFP

Mortes, secas, incêndios florestais e altas temperaturas. O verão no Hemisfério Norte começou oficialmente nesta quinta-feira, trazendo consigo a expectativa de novos recordes de temperatura e intensas ondas de calor que já afetam diferentes regiões do planeta, levantando preocupações entre cientistas climáticos. Em muitos países, os termômetros já registram temperaturas acima de 40°C.

Nos Estados Unidos, cerca de 100 milhões de pessoas estão sob alerta de risco elevado devido a uma onda de calor intensa que cobre grande parte do Nordeste do país há cinco dias. As temperaturas têm chegado aos 38°C e devem continuar até o fim de semana, afetando especialmente comunidades não acostumadas com tais condições.

Algumas das áreas de maior risco estão na Nova Inglaterra, no norte do estado de Nova York, Indiana e Ohio. Além do Nordeste, também há partes nos estados do Texas, Louisiana, Flórida e Arizona, no Sul do país, sob alertas de perigo. O governo alertou ainda que o pior pode estar por vir em localidades no Kansas e em Nebraska no início da próxima semana.

Em meio à onda de calor, mais de 34 mil pessoas ficaram sem energia no sudeste de Michigan depois que fortes tempestades atingiram a região na noite de quinta-feira.

Segundo previsões da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), os EUA devem experimentar temperaturas mais altas do que o normal durante todo o verão, de julho a setembro, com 50% de chance de ultrapassar os registros de 2023, o ano mais quente da História.

Europa e Ásia

Na Europa, a Grécia luta contra uma onda de calor intenso que já resultou na morte de três turistas nos últimos dias — levando, inclusive, ao fechamento da Acrópole, um dos principais pontos turísticos de Atenas.

Países como Chipre e Itália também enfrentam altas temperaturas, de até 44°C, à medida que uma massa de ar quente do Norte da África avança pelo continente europeu.

Outros países recentemente afetados são a Sérvia e a Romênia, com os termômetros marcando os 40°C. Já a Alemanha enfrenta fortes tempestades, sobretudo na Saxônia. Incêndios florestais também atingiram a Turquia, com um total de sete províncias atingidas nos últimos dias, embora o fogo já tenha sido controlado.

Em Nova Délhi, na Índia, foi registrada na terça-feira a noite mais quente em seis anos. As temperaturas extremas em todo o país já causaram mais de 100 mortes, com as regiões noroeste e sudeste experimentando o dobro de dias de calor intenso em comparação ao normal para a época do ano.

China também enfrenta condições climáticas adversas. No norte, autoridades emitiram alertas devido à seca severa, enquanto o sul está sendo impactado por chuvas torrenciais.

Fieis mortos

Na Arábia Saudita, o calor dos últimos dias levou à morte de mais de mil fieis durante a peregrinação anual à Meca. Eles enfrentaram temperaturas altas nos locais sagrados do Islã: em Meca, os termômetros chegaram a registrar 47°C na terça-feira, segundo o Centro Nacional de Meteorologia do país, enquanto na Grande Mesquita de Meca o calor chegou a 51°C na segunda-feira.

Embora mortes não sejam incomuns durante o Hajj (foram 240 ano passado), a tradição tem sido cada vez mais afetada pelas mudanças climáticas, aponta um estudo saudita. As temperaturas na área onde os rituais são realizados estariam aumentando 0,4°C a cada década, diz a publicação.

Regiões sob risco

Segundo um estudo divulgado ontem, regiões nos EUA, México e América Central estão 35 vezes mais suscetíveis a sofrer ondas mortais de calor devido às alterações climáticas. A probabilidade de que o calor extremo que afetou todos estes países nos últimos dois meses se repita é quatro vezes maior do que há 25 anos, disse a Atribuição Meteorológica Mundial (WWA).

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