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Mortes de leões-marinhos estão ligadas a substâncias químicas sintéticas

Cientistas afirmam que animais com altos níveis de DDT, PCBs e outros em seus tecidos adiposos possuem maior risco de desenvolver câncer provocado por herpes,Cientistas afirmam que animais com altos níveis de DDT, PCBs e outros em seus tecidos adiposos possuem maior risco de desenvolver câncer provocado por herpes,Cientistas afirmam que animais com altos níveis de DDT, PCBs e outros em seus tecidos adiposos possuem maior risco de desenvolver câncer provocado por herpes

13 de fevereiro de 2021
Juliana Machado | Redação ANDA Juliana Machado | Redação ANDA Juliana Machado | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustrativa | Pixabay

Há décadas leões-marinhos estão morrendo na Califórnia em decorrência de um câncer misterioso. Agora, cientistas afirmam ter finalmente descoberto a causa: substâncias tóxicas vindas de dejetos da indústria, pesticidas e resíduos de refinarias de petróleo.

Uma equipe de patologistas, virologistas, químicos e geneticistas especializados em mamíferos concluíram que leões-marinhos com altas concentrações de DDT, PCBs e outras substâncias químicas em seus tecidos adiposos estão mais suscetíveis ao câncer desencadeado por um vírus do herpes.

A descoberta, publicada na revista “Frontiers in Marine Science”, é resultado de 20 anos de pesquisa, desenvolvida a partir de amostras de tecidos coletadas de 394 leões marinhos.

“Leões-marinhos [estão] predispostos ao câncer por causa desses altos níveis de poluentes que ainda estão no ambiente”, disse Frances Gulland, pesquisador da Universidade da Califórnia, ao jornal “Los Angeles Times”. Gulland estudou esses animais durante décadas no Centro de Mamíferos Marinhos em Sausalito.

Gulland e outros cientistas estudaram leões-marinhos que morreram de diversas causas ao longo da costa de Sausalito. Os níveis de poluentes encontrados nos tecidos adiposos dos animais estão “entre os maiores registrados em qualquer mamífero marinho”, dizem os pesquisadores, provavelmente por conta dos altos níveis de despejo feitos ao longo da costa da Califórnia, na década de 1970. O DDT, inseticida que foi banido nos EUA em 1972, leva gerações para ser degradado e pode acabar facilmente acumulado em tecidos gordurosos.

Embora as descobertas passem a responder a dúvidas de longa data sobre o que vem dizimando leões-marinhos na costa californiana, também trazem à tona preocupações sobre os efeitos da poluição dos oceanos em outros mamíferos, incluindo humanos.

“Leões-marinhos, eles estão vindo para a praia, usando as mesmas águas onde nadamos e surfamos, comendo muitos dos mesmos frutos do mar que comemos”, diz Gulland.

O estudo concluiu que para proteger a vida selvagem e a saúde humana é preciso aumentar os esforços para prevenir a contaminação do ecossistema com poluentes orgânicos persistentes.

As ameaças humanas aos leões-marinhos são inúmeras. De 2013 a 2016, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) sinalizou o que chamou de “evento incomum de mortalidade” depois que milhares de filhotes e jovens leões-marinhos extremamente magros ficaram encalhados ao longo da costa central e do sul da Califórnia. A agência finalmente concluiu que uma onda de calor no mar, provavelmente agravada pelo aquecimento global, afastou as anchovas, lulas e mariscos dos quais os leões-marinhos se alimentavam.

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