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SUÉCIA

Morte de golfinho engasgado com alga artificial em zoo gera onda de protestos contra cativeiro de animais

28 de março de 2024
5 min. de leitura
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Foto: Helene O’Barry/Dolphin Project

Com mais de 40 anos, Nephele, a golfinho-nariz-de-garrafa fêmea mais velha do Zoológico de Kolmården, na Suécia, morreu depois de sufocar com algas artificiais que ficaram presas em sua garganta. Segundo a fundação sueca Animalkind, o incidente ocorreu em janeiro deste ano, mas ganhou notoriedade pelos protestos realizados por organizações de proteção aos animais no país.

Conforme revelado pela necropsia feita no início deste mês, Nephele teve a respiração obstruída depois de ingerir um pedaço de alga artificial, que decorava o aquário em que ela vivia com seus semelhantes. O Dolphin Project denuncia que mais de 60 golfinhos morreram no Zoológico de Kolmården desde que a exposição Marine World, foi inaugurada em 1969.

“O que aconteceu é muito lamentável. Estamos profundamente tristes com a morte de Nephele. Foi um processo rápido. Quando o veterinário chegou ao local, ela já havia falecido. Isso é muito triste. Nephele era um golfinho muito querido”, contou o veterinário-chefe do Zoológico de Kolmården, Bim Boijsen, à publicação sueca Aftonbladet.

Boijsen também explicou que os adornos faziam parte de uma iniciativa do zoológico para deixar o aquário mais rico e dinâmico, com estímulos aos animais. A situação, no entanto, gerou uma onda de protestos contra a exposição de golfinhos no zoológico.

De acordo com o descrito pelo Dolphin Project, Nephele nadava saudável até a manhã do dia 15 de janeiro, quando começou a se mover de maneira incomum e apresentou desconforto. Logo depois, afundou na piscina.

O presidente da Animalkind, Daniel Rolke, acompanha o tratamento empregado aos cetáceos presentes no Zoológico de Kolmården e relembrou como Nephele chegou ao local.

“Em 1994, Kolmården comprou duas fêmeas de golfinhos capturadas na natureza, chamadas Cindy e Mandy, do Zoológico de Hagenback, na Alemanha. A compra foi controversa e, a princípio, a Agência Sueca de Proteção Ambiental recusou-se a permitir que eles fossem importados para a Suécia, pois os golfinhos-nariz-de-garrafa estavam na lista do Apêndice II da CITES, o que significava que só poderiam ser importados do país onde nasceram. Cindy e Mandy, que tinham nove anos na época, foram capturadas na Flórida, Estados Unidos, em 1989. Kolmården apresentou um novo pedido, no qual afirmavam que fariam “pesquisas” nos golfinhos para evitar ainda receber outra rejeição. Assim, Cindy e Mandy foram importadas apesar dos fortes protestos, e quando chegaram à Suécia, Kolmården as renomeou para Nephele e Delphi para fazer as pessoas esquecerem a conexão. Delphi morreu no Zoológico de Kolmården em 2007, durante um parto. E agora Nephele também se foi.”

Em 2022, Kolmården anunciou que a exposição de cetáceos seria encerrada, mas a medida não foi cumprida. Após a morte de Nephele, onze animais seguem nas instalações do zoológico.

Fonte: O Globo 

Nota da Redação: o aprisionamento de animais inocentes em zoos para entretenimento humano é cruel, covarde e isento de qualquer traço de consciência. Negar a liberdade a esses animais confinados em espaços limitados e inadequados compromete o bem-estar emocional e físico de todos eles. Uma afronta ao princípio fundamental de que os animais têm o direito intrínseco de viverem livres em seus habitats naturais. É fundamental que essas instituições sejam abolidas para contribuir na construção de um mundo mais ético e sustentável.

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