O envenenamento de animais que continua sem solução na região de Taió (SC), será levado ao Ministério Público. A promotora de Justiça da Comarca de Taió, Dra. Kariny Zanette Vitoria vai receber formalmente o abaixo-assinado que está sendo feito por moradores de Taió, pedindo investigação sobre as diversas ocorrências de envenenamento em animais. É preciso saber como funciona a venda destes venenos, que tipo de controle existe, como deve agir a vigilância sanitária e animal, nestes casos, e que tipo de procedimento está sendo adotado na elucidação destes casos. O assunto já foi abordado com grande destaque a pouco tempo, e não foi possível levantar suspeitos, permanecendo apenas os prejuízos e a preocupação deste grande perigo retornar. E retornou!
Os fatos a seguir, ocorreram na estrada geral de Bela Vista/Cachoeira, em direção ao Distrito de Passo Manso, onde já foram registrados muitos casos recentes de envenenamento de animais.
No último dia 06 de maio, em Bela Vista, a família de Valdir Leandro estava acordando, quando percebeu que diversos animais estavam agindo de forma estranha. “Foi uma surpresa e uma grande tristeza para nós todos, vendo o sofrimento daqueles bichos, e a gente sem saber direito o que fazer” disse dona Luzia Leandro.
Nem eram oito horas da manhã, quando os cachorros começaram a gemer e se contorcerem de dor, e emitir uma baba pela boca. Além dos três cachorros, também diversas galinhas experimentaram um produto com aparência de massa cor de rosa. “Parecia uma carne que tinha sido passada na serra-fita de açougue, era como se fosse aquela serragem de osso” disse dona Luzia, ainda entristecida com a lembrança da cena, que aterrorizou as crianças e os adultos.
Imagina-se o pânico que tomou conta da família, sem ter certeza do que podia ser comido ou bebido em sua propriedade. Foram momentos de tristeza a medo.
Lobo era um cachorro que estava há sete anos com a família. Dócil, adestrado e faceiro agia como guardião da propriedade e sabia ficar alerta dentro do pátio. A vizinhança toda conhecia o seu jeitão e admirava que ele nunca agredisse ninguém na estrada, que passa ao lado da casa. Era um animal ensinado e domesticado. Bolinha era uma cadelinha que vivia dentro do cercado, e também tinha sete anos de convivência, como animal de companhia. Kadu, era o preferido do pequeno Nicolas, filho de Juliana. Os três foram vítimas de envenenamento no mesmo ato.
A família vez diversas tentativas para salvar os bichos, inclusive com específico pessoa, produto amplamente conhecido como contra-veneno. Nada deu certo, e os animais padeciam gemendo, vomitando, espumando e tremendo de dor e sofrimento, diante dos olhares aflitos de seus tutores.
Na mesma manhã, foi feito o comunicado à delegacia de Polícia da Comarca de Taió do ocorrido, e no final da tarde, a família recebeu um telefonema que não seria possível a visita de nenhum perito, recomendando-se que os bichos fossem enterrados. O fato aborreceu os familiares, que esperavam uma investigação, ou algo do gênero.
Não se sabe ao certo quem preparou o engodo, mas a desconfiança é que estavam preparando para roubar a propriedade, que fica a mais de 7 Km do centro de Taió.
Eles recolheram parte do material que foi jogado, para futuras análises, já que nenhuma autoridade policial, veterinária ou sanitária apareceu.
No sítio vizinho, de Roland Becker, foram registrados 4 arrombamentos em menos de meio ano. Levaram tudo, freezer, fogão, geladeiras, máquinas e equipamentos, roçadeiras e outros objetos.
Da propriedade de Nelson Skura, que mora na entrada da Tifa do Encano, foram mortos mais 3 cachorros no mesmo dia, pelo mesmo motivo.
Orácio Bagátolli, que mora um pouco adiante, também foi vítima de furto e diversas tentativas.
O documento com diversas assinaturas será recolhido e o departamento jurídico do Jornal O Barriga Verde está remetendo ao Ministério Público, como curador do meio ambiente, com outros relatos e notícias já publicadas sobre fatos semelhantes. Acompanharemos os desdobramentos deste caso.
Fonte: Adjorsc