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Morte de cadela querida alerta para maus-tratos em Oliveira (MG)

29 de junho de 2014
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cadela querida

Como acontece em quase toda típica cidade do interior de Minas, algumas figuras tem um clamor diferente e se tornam personalidades marcantes no cotidiano pacato das pequenas localidades. Assim era a cadela Lassie, que nunca perdia uma procissão, missa ou evento religioso em Oliveira, no Centro-Oeste de Minas. Sempre bem cuidada e alimentada pelos moradores, era como se ela fosse o animal doméstico de todo cidadão oliveirense. Denúncias de maus-tratos e abandono de animais aumentaram com a morte de Lassie na última semana. Ela foi envenenada depois de acompanhar a procissão do feriado de Corpus Christie e morreu na última segunda-feira, deixando a cidade em luto.

O excesso de denúncias, a falta de estrutura e a superlotação são os principais problemas relatados pela vice-presidente da Organização não Governamental (ONG) Focinhos Carentes, Michele Cândido, que atua diretamente com animais de rua da cidade. “São pelo menos 20 denúncias por dia que recebemos aqui na ONG. Muitas vezes, não temos condição de atuar em todos os casos. Atualmente, temos mais de 300 animais em nossa sede, sendo que a capacidade é de apenas 150”, relata a ativista.

Michele também acredita que o aumento nos casos de animais abandonados no município está ligado a repercussão na mídia sobre punições para esse tipo de situação. “As pessoas ficam com medo de serem punidas de alguma forma e acabam abandonando os animais em condições precárias. Na última quinta-feira, por exemplo, quando chegamos na ONG, havia pelo menos seis filhotes abandonados em uma caixa aqui na porta”, denuncia.

Outra protetora dos animais, mas que atua de forma independente, a educadora física Mônica Helena Lopes lamenta a morte de Lassie e conta que ela era uma figura muito querida pelos moradores. “Além dela, já vi vários outros casos. Acontecem coisas bárbaras. Já vimos casos de óleo quente, colocar álcool e botar foto, atropelamentos. É muito pesado, mas são coisas reais que acontecem”.

Autoridades. A Polícia Civil informou que, ao contrário do que as ativistas apontam, as ocorrências que chegam até eles são poucas. Quando alguma queixa é feita na delegacia, o caso é investigado pelos agentes, e, se algum autor for identificado, ele é obrigado a assinar um Termo Circustanciado de Ocorrência (TCO) de crime ambiental.

A 6ª Companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente e Trânsito é responsável por apurar essas denúncias. O soldado Kleber Willians da Silva conta que não houve aumento nas denúncias e que, normalmente, em um ano, cerca de dez casos são repassados a eles.

Fonte: O Tempo

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