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Morte de animais assusta moradores em Campinas (SP)

16 de maio de 2015
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Cadela Juditi foi achada morta de manhã na casa da médica Marília Escudero
Cadela Juditi foi achada morta de manhã na casa da médica Marília Escudero

Uma série de mortes de animais em um condomínio no distrito de Sousas, em Campinas, tem assustado os moradores, que já solicitaram à Polícia Civil que investigue o caso. Já foram mortos mais de dez animais, entre gatos, macacos e um cachorro, em pouco menos de seis meses. Nesta quinta-feira (14), a vítima foi a cadela Juditi, de apenas 1 ano, que provavelmente recebeu “chumbinho” misturado a um pedaço de carne de frango.
Os moradores já têm um suspeito, mas a falta de câmeras e outras provas dificultam a incriminação. Entretanto, durante a apuração dessa reportagem, no fim da tarde de quinta, a dona da cadela envenenada encontrou em seu quintal um pedaço de carne recheado de veneno, e procurou a polícia para realizar perícia.
A onda de mortes começou no fim do ano passado, quando oito gatos foram exterminados em um período de uma semana. Como o matador colocava os alimentos envenenados nas proximidades de uma mata, onde fica a casa de Meire Zanichelli, de 38 anos, macacos bugios e saguis também ingeriram alimentos contaminados e pelo menos quatro morreram dentro do condomínio. “Mataram oito gatos em menos de uma semana. Consegui salvar uma gata, mas infelizmente a pessoa conseguiu dizimar uma população de animais que cuidávamos com muito carinho e não fazia mal a ninguém”, disse Meire, que atua em duas organizações de proteção animal e já acionou a polícia.
Moradora há 15 anos do condomínio Sorirama, que fica próximo à subprefeitura do distrito, a médica Marília Escudero, de 55 anos, levou um susto ao ver a cadela caída próximo ao portão de sua residência. Após comer um pedaço de frango com pequena porção de uma substância que parecia ser veneno, não resistiu e morreu. Os outros dois cachorros não tiveram tempo de chegar perto do alimento e passam bem.
“Devem ter jogado na madrugada. A Juditi era muito esperta e deve ter percebido e correu para o portão”, disse Marília, que está indignada com a possibilidade de alguém ter matado sua mais nova cadela. “Se fizeram uma vez podem fazer de novo. Ficamos reféns até dentro de casa”, revoltou-se.
Mas a surpresa maior ocorreu por volta das 17h de quinta, quando Marília e a empregada vasculharam a varanda e encontraram um pedaço de carne que tinha acabado de ser jogado. O alimento estava com muito veneno, e pelo local em que foi achado, a médica supõe que tenha sido algum vizinho de terreno. Ela foi até a delegacia do distrito e um investigador faria a perícia no local.
Em relação ao fato da madrugada, as câmeras de segurança de uma residência vizinha à de Marília não registraram qualquer movimentação estranha na parte frontal, onde a cadela foi encontrada morta. A tutora diz que em nenhum momento o animal comeu frango no dia anterior a sua morte. “Era uma cadela que pouco latia e nem para a rua ia”, disse Marília. Da entrada da residência até a varanda do sobrado, onde o bife foi encontrado no fim da tarde de quinta, são aproximadamente 20 metros de distância. A probabilidade é de que o alimento tenha sido arremessado por vizinhos.
O marido de Meire Zanichelli, por e-mail, cobrou uma posição do síndico do condomínio, e pede que o morador, se identificado, seja banido do local. “É preciso investigar todos e verificar quem tem acesso a essas substâncias encontradas no laudo, pois um dos moradores do Sorirama é o criminoso e deverá ser punido e banido”, escreveu o engenheiro Omar Samartini. A grande preocupação dos moradores é que em muitas casas onde existem animais há também crianças que podem entrar em contato com o veneno.
Orientações
José Maciel Rodrigues Junior, síndico do condomínio, foi procurado durante a tarde desta quinta-feira pela reportagem para falar do assunto, mas não retornou aos pedidos para entrevista. Em recente e-mail encaminhado aos moradores, o síndico diz repudiar “fortemente este envenenamento dos animais, mas lamentamos que não podemos fazer muita coisa.” O texto também pede que os condôminos evitem dar motivos para irritar os vizinhos.
“Temos recebido regularmente reclamação de animais que defecam nas vias públicas. Colocamos as lixeiras para incentivar uma maior limpeza do bairro mas, infelizmente, os donos dos animais são muito relaxados e não se preocupam.”
Fonte: Correio Popular

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