(da Redação)
Foi outro dia triste no SeaWorld, quando o último urso polar cativo no parque morreu inesperadamente após ter passado 19 anos confinado no local. As informações são da Care2.
Johnny faleceu no dia 31 de julho e a causa ainda é desconhecida, cujo esclarecimento aguarda o resultado da necrópsia. No entanto, de acordo com o SeaWorld, Johnny havia passado por um exame que teve de ser feito sob anestesia, e os veterinários do parque acreditam que ele teve um ataque cardíaco durante a recuperação.
“Johnny era parte de nossa família animal”, disse Mike Boos, vice presidente de operações zoológicas do SeaWorld, ao Orlando Sentinel. Segundo a reportagem, os funcionários estão “sentindo pela perda, da mesma forma que uma família quando perde um animal de companhia idoso”.
Infelizmente Johnny não foi o único urso polar a morrer de maneira inesperada no SeaWorld. Antes dele, houve o urso Klondike, que teve uma morte súbita no ano passado, aos 18 anos. Sua irmã Snow também morreu de causas desconhecidas no ano anterior, poucos meses após ter sido movida do SeaWorld para o Reid Park Zoo em Tucson, no Arizona.
Johnny não estava na idade máxima a que chega um urso polar – cientistas estimam que a média de vida na natureza seja de 25 a 30 anos. Um grupo conservacionista apresentou uma queixa contra o Departamento de Agricultura americano, alegando negligência e pedindo que a agência inicie uma investigação formal.
A Divisão de Assuntos Jurídicos do Global Conservation Group argumenta que, sob a Lei de Bem Estar Animal, Johnny deveria ter tido abrigo adequado e cuidado veterinário por todo o tempo, o que o grupo acredita que não aconteceu.
Embora o debate acerca de cativeiro no SeaWorld seja em grande parte centrado nas orcas, o fato é que ursos polares são uma espécie que sofre muito em cativeiro e essa prática deveria ser completamente eliminada, pois nenhuma estrutura de clausura, por melhor que seja, pode atender às necessidades desses animais que requerem temperaturas muito baixas para prosperar e grandes espaços para caminhar.
Acredita-se que os ursos polares sejam a espécie que necessita da maior área para habitar, entre todas as espécies animais terrestres. Conforme informações do The Great Bear Almanac, a extensão do habitat para um urso polar deve ultrapassar os 30 mil quilômetros. Eles também passam muito tempo nadando, tanto é que são classificados como mamíferos marinhos nos Estados Unidos e são protegidos como espécie ameaçada de extinção sob a Lei de Espécies Ameaçadas.
Em cativeiro, pesquisadores descobriram que, entre outros problemas, um recinto típico destinado a um urso polar é cerca de um milhão de vezes menor que o seu mínimo espaço necessário na natureza. Eles acreditam que essa seja uma das razões pelas quais os ursos polares demonstrem os comportamentos chamados “estereotipados”, reproduzam-se tão pouco quando cativos e tenham uma alta taxa de mortalidade de filhotes.
Além disso, todas as suas características físicas mostram que eles foram especificamente criados para prosperar em climas muito frios, e não em lugares como Orlando.
No momento em que as pessoas continuam lutando para mover ursos polares cativos como Yupi, que está no México, e Arturo, na Argentina, para melhores instalações e em locais propícios, o SeaWorld poderia dar um passo adiante e para com a prática de confinar esses grandes predadores dentro de clausuras inadequadas em climas impróprios, mantendo a jaula de Johnny vazia.
Assine a petição para ajudar a dizer ao SeaWorld que ursos polares devem permanecer na natureza, e que eles devem se comprometer a deixá-los livres.